Após a repentina morte da cantora e sambista paraense Karen Tavares, amigos e fãs da artista prestaram suas últimas homenagens à ela, que lutava contra um tipo de leucemia e estava internada em um hospital particular de Belém.
Neste sábado (29), todos foram pegos de surpresa com o triste anúncio do falecimento da cantora e também servidora pública de Belém. Por esta razão, a prefeitura a capital paraense se manifestou em uma nota de pesar, onde lamentou o ocorrido. (Veja a nota na íntegra no final da matéria)
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Detalhes sobre o velório e sepultamento da artista foram divulgados nas redes sociais do coletivo "Tem Mulher na Roda de Samba", do qual Karen fazia parte. De acordo com a publicação, o corpo da sambista será velado a partir das 21h na sede da sociedade União Good Pax, na travessa Lomas Valentinas, 1825, no bairro do Marco.
Já o sepultamento está marcado para às 10h deste domingo (30), no cemitério Parque Recanto da Saudade, na rua Jardim Providência, no bairro de Águas Lindas, em Ananindeua.
DIAGNÓSTICO
Denominada Leucemia Promielocítica Aguda - LPA, a doença de Karen Tavares foi descoberta a partir de complicações odontológicas. Segundo o companheiro da cantora, o fotógrafo Marcelo Lelis, a dentista receitou antibióticos que não surtiram mais efeito.
“Foi quando procuramos a emergência e onde foi pedido um hemograma que detectou uma elevação de leucócitos. A médica decidiu internar para investigar a tipagem da leucemia e iniciar o tratamento em seguida”, detalha Lelis, que estava focado no acolhimento da artista, sendo seu acompanhante no hospital.
Feita essa identificação, Karen entrou com tratamento quimioterápico e estava reagindo bem. “Ela já teve um linfoma há 15 anos e teve que cortar os cabelos. Desta vez, ela sabendo das consequências da quimioterapia, já cortou os cabelos e doou para os escalpelados na Santa Casa”, comentou dias atrás.
Amigos e familiares de Karen se mobilizaram nas redes sociais para conseguir doações voluntárias de sangue e medula óssea para a paraense, porém ela acabou não resistindo à doença.
NOTA DE PESAR
"A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), se solidariza com os familiares e amigos de Karen Laíse da Silva Tavares, pelo seu falecimento, ocorrido na tarde deste sábado, 29 de julho.
Neste momento de profunda dor e pesar, a administração municipal manifesta as mais sinceras condolências por essa partida precoce.
Karen Tavares, como era conhecida, foi servidora de carreira da Sesma e grande defensora do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao longo de toda a sua trajetória ajudou a salvar muitas vidas. Junto com sua equipe, implantou os programas Melhor em Casa, serviço de assistência domiciliar, e a Oxigenoterapia Domiciliar, programas reconhecidos na rede de saúde, pela sua efetividade no cuidado aos pacientes.
Atualmente, Karen fazia parte do núcleo de promoção à Saúde, do qual era coordenadora de humanização, e atuava na rede inteira, implantando câmaras técnicas de humanização, organizando a política de saúde no município, para que todos os trabalhadores e usuários fossem acolhidos com dignidade.
Karen Tavares compôs, também, o grupo de trabalho de construção da política municipal de saúde da população LgbTi+ e foi uma servidora importante na criação no núcleo de arte e saúde da Sesma, além de representar a secretaria junto à ONU Mulheres, em um projeto que desenvolve a política municipal do cuidado.
Esteve à frente da formação de Educadores Populares em Saúde, onde atuou na implantação dessa política municipal. Criou ainda o coral Vozes Cintilantes, na Casa Rua, onde ensinava canto para mulheres em situação de rua .
Karen Tavares também foi muito presente na cena artística e cultural de Belém. Foi uma grande intérprete e compositora. Iniciou a carreira no início dos anos 2000, cantando sambas.
Ao longo de sua trajetória artística passou por repertórios diversificados, participou de diversos festivais, que a colocaram em contato com muitos compositores paraenses.
Mais recentemente passou a construir um trabalho autoral. Em 2021, lançou “Mandou Chamar”, produzido pela Lei Aldir Blanc, de 2020, e premiado este ano como Melhor Álbum, na primeira edição do Prêmio Amazônia de Música, realizado no início de junho, no Theatro da Paz.
Karen Tavares deixa uma filha de 10 anos, familiares, muitos amigos e todo esse legado na área da saúde e na cena artística e cultural de Belém."
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