Assim como os seres humanos, os animais também sentem um desconforto maior neste período de calor intenso e poucas chuvas. É por isso que as espécies da fauna e flora do Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, em Belém, recebem cuidados especiais nesta época do ano. Atualmente, o espaço abriga em torno de três mil animais de 80 espécies diferentes, incluindo a fauna livre como os pássaros, iguanas e bichos-preguiça.
Parte desses animais vivem em cativeiros e, para garantir qualidade de vida e bem-estar a eles, equipes de tratadores do Parque utilizam técnicas chamadas de enriquecimento ambiental. Dentre as medidas estão o aumento da oferta de água para os animais mais afetados pelas altas temperaturas, assim como uma alimentação diferenciada, incluindo a ingestão de alimentos gelados. Algumas espécies, como a onça e os pássaros, também recebem banhos de mangueira, o que ajuda a manter o ambiente onde eles vivem mais úmido e uma sensação térmica agradável.
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O enriquecimento ambiental é feito até três vezes por semana. Além disso, a vegetação do Parque também necessita de atenção neste período. Pelo menos três vezes por semana, os profissionais que atuam no setor de jardinagem fazem um trabalho de resfriamento das plantas com banhos de mangueiras. Além de resfriar a vegetação, a ação beneficia os animais e o visitante do Parque, uma vez que reduz a sensação térmica no local, conforme explica Thatiana Figueiredo, bióloga que integra a equipe do setor de fauna do Museu Goeldi.
“Os tratadores são as pessoas contratadas para fazer a rotina de cuidados dos animais. O que a gente espera do tratador não é somente a limpeza e colocar comida. São pessoas com uma certa sensibilidade para os animais e, de forma geral, são eles que percebem um comportamento diferente, que aquele animal não está bem. Tem uma relação, inclusive, de afeto, de amor, carinho e cuidado diário com eles”.
ÁGUA
De acordo com a bióloga, durante o ano inteiro, a disponibilidade de água dentro dos recintos é muito importante para todas as espécies. As aves são os animais que mais sentem o aumento da temperatura, principalmente aquelas que possuem um metabolismo mais acelerado.
“A procura por água pelo próprio animal acaba sendo maior no verão. No inverno, o ambiente é mais úmido e no verão a gente acaba usando mais a água para melhorar a umidade. A onça, por exemplo, tem um tanque disponível dentro do recinto. Mas, em alguns dias da semana, a gente oferece banhos de mangueira para ela se molhar. A gente não obriga o animal, mas se ele tiver vontade usa aquela água para se refrescar”, comenta.
No verão, a alimentação dos animais é um atrativo a mais para eles. “A gente oferece, eventualmente, blocos de gelo com a carne dentro para a onça, para que ela use aquele picolé e se refresque. Os macacos interagem muito bem com picolés de frutas. Então, a gente utiliza alimentos gelados, frutas geladas e peixe congelado. Para a ariranha, a gente pode oferecer peixe congelado para que ela tenha uma sensação térmica melhor. Respeitando a biologia de cada espécie, a gente vai oferecendo alternativas que aliviem esse calor”, declara Thatiana.
A bióloga lembra que as espécies de fauna e flora presentes no Parque cumprem um papel educacional na sociedade, demonstrando a função que cada indivíduo exerce na natureza, bem como a importância da biodiversidade amazônica e da preservação. “O zoológico tem um papel importantíssimo na educação, principalmente de crianças e jovens em formação para entenderem a importância da conservação da biodiversidade. A exposição dos animais não é simplesmente para entreter o público, é mostrar a importância deles e por que estão ali. A grande maioria veio de resgate, apreensões, criações indevidas em cativeiros, com alimentação errada”.
SERVIÇO
Funcionamento do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi
- Abre de quarta a domingo, das 9h às 17h. A bilheteria funciona até 15h. Valor da entrada: R$ 3,00.
- Endereço: Magalhães Barata, 376 - São Brás.
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