Pela quarta vez neste ano, o custo da alimentação básica dos paraenses voltou a apresentar queda, apontam pesquisas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese Pará). O novo levantamento mostra que no mês de agosto, o valor da cesta básica comercializada na capital reduziu em 1,59% e custou cerca de R$ 640,11.
Ainda conforme a pesquisa, no período analisado, a maioria dos produtos que compõem a cesta básica dos paraenses apresentaram queda nos preços, com destaque para o feijão, com recuo de 10,27%; seguido da carne bovina, com queda de 2,79%; manteiga com recuo de 2,12%; arroz que apresentou queda de 1,84%; além do leite com decréscimo de 1,24% e farinha de mandioca com queda de 0,79% nos preços.
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Porém, mesmo com o novo recuo no mês passado, o trabalhador paraense ainda comprometeu mais da metade do atual salário mínimo, no valor de 1.320,00, para obter a cesta básica no Pará. Na prática, para comprar os 12 produtos básicos, o trabalhador demandou cerca de 52,43% do salário mínimo e teve que trabalhar 106 horas e 41 minutos das 220 horas previstas em Lei.
O Dieese Pará aponta ainda que o custo da cesta básica para uma família padrão paraense, composta por dois adultos e duas crianças, ficou em torno de R$ 1.920,33, o que corresponde a aproximadamente 1,45 salários mínimos para garantir as necessidades alimentares básicas de uma família.
Mesmo com a queda nos preços de alguns produtos, também no mês de passado, outros apresentaram aumentos, como o café que ficou 0,79% mais caro, seguido do óleo de soja com alta de 0,59%; o pão que aumentou 0,39% e o tomate com alta de 0,32%.
PESQUISA
Enquanto escolhe e analisa os produtos nas prateleiras num supermercado situado na avenida José Bonifácio, em Belém, a dona de casa Roseane Nogueira, de 56 anos, comenta que não consegue sentir no bolso o recuo nos preços dos itens alimentares básicos, pelo contrário, faz pesquisa de preço para conseguir sanar as necessidades sem abrir mão dos itens consumidos comumente.
“A gente faz compras por quinzena, né? E para dar conta tenho feito pesquisas, onde o preço está mais em conta. Já tenho o cartão do supermercado, o que já ajuda bastante, uma facilidade na hora do pagamento, e tem sido assim. Tem que comprar onde o nosso dinheiro dá”, explica.
Isso porque no balanço efetuado pelo Dieese Pará, mesmo com os recuos recentes, a cesta básica acumula alta de 0,10% nos oito primeiros meses deste ano, de janeiro a agosto de 2023. Um dos vilões é a farinha de mandioca, que tem aumento somados de 15,17%, seguida do tomate, 4,98% mais caro; a manteiga marcando 4,17%, além do leite, que acumula alta de 6,30%. “Não deixo de comprar o leite, são no mínimo oito pacotes, mas troquei de marca. O leite realmente tem sido o item que mais pesa no orçamento no final das contas”, afirma Roseane.
Para dar uma aliviada, na outra ponta, cinco produtos apresentaram recuos de preços no balanço do ano. São eles: óleo de soja com queda de 29,15%, seguido da carne bovina com queda de 7,33%; feijão com queda de 5,23%; açúcar com queda de 3,09% e o café com queda de 0,78%.
A aposentada Elcie Garcia, de 65 anos, revela que a estratégia para não deixar faltar nada na mesa é comprar um pouco de cada coisa em supermercados diferentes. “Os preços são diferenciados, nós já viemos de três supermercados, compramos lá o que achamos ser mais em conta. Aqui vamos comprar o que falta, um peixe, frutas, essas coisas. Tá difícil, a gente tem que pesquisar e dar um jeitinho”, destaca.
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