A COP 30 é vista principalmente pelo aspecto ambiental, já que pela primeira vez na Amazônia, tem-se a chance de ouvir quem vive na região sobre os desafios das mudanças climáticas que precisam ser encarados e superados no que se fere à melhora do clima no mundo. Mas o evento também pode ser visto como uma oportunidade de apresentar Belém e o Pará como destino turístico digno de ser visitado, aproveitando a presença de dezenas de representantes de todo o mundo, seja na esfera governamental, não governamental e imprensa.
E essa apresentação da nossa cidade significa a concretização de um legado de melhorias urbanas na cidade, da revitalização de pontos turísticos e do patrimônio histórico, mas também no aspecto da mobilidade, fundamental para a realização plena do evento na capital e para o futuro de quem vive aqui. Desde o anúncio da COP 30 em Belém os governos federal, estadual e municipal uniram esforços para preparar Belém para receber o maior evento da ONU.
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Entre obras em execução, em fase de licitação ou em negociação com governo federal e agências de financiamento, a Prefeitura de Belém está viabilizando a reurbanização e implantação de terminais e corredores exclusivos para ônibus na avenida Júlio Cesar, além da implantação de mais um corredor do BRT, cujos investimentos são da ordem de R$ 150 milhões. “A obra será executada pela prefeitura, com financiamento da Caixa Econômica. É uma obra incluída no Programa de Aceleração de Crescimento-PAC recentemente lançado pelo governo federal. A licitação está em fase final”, destaca Luiz Araújo, secretário de Controle Interno e Transparência da Prefeitura de Belém e coordenador do Comitê Municipal da COP 30.
A Júlio César, com 4,85 quilômetros de extensão, liga a avenida Almirante Barroso, a principal via de acesso à cidade, no bairro do Marco, ao Aeroporto Internacional Júlio César Ribeiro, em Val-de-Cans. É considerada um dos corredores mais importantes da capital.
Na via também estão localizadas as sedes de importantes órgãos públicos, como o Comando Aéreo Regional da Aeronáutica, a Superintendência da Polícia Federal, e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). À margem da avenida, na área do antigo Aeroporto Tenente-Brigadeiro-do-Ar Protásio Lopes de Oliveira, no bairro Sacramenta, já está sendo construído o Parque da Cidade, obra do governo do Estado.
Outra obra de fundamental importância é a duplicação da avenida Bernardo Sayão, obra financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de R$ 188,8 milhões, que estava muito atrasada. A via liga os bairros Jurunas, Condor, Cremação e Guamá com grande fluxo diário de veículos, ciclistas e pedestres. O projeto consiste na macrodrenagem da bacia da Estrada Nova.
O projeto inclui obras de microdrenagem, macrodrenagem, duplicação, urbanização, a construção de mais dois canais de descarga e a conclusão da maior estação de tratamento de esgotos do norte do país. “Parte da duplicação não está coberta pelo financiamento, mas estamos em negociação com governo federal. Será executada pela Prefeitura de Belém”, diz Araújo. A obra tem prazo de entrega prevista para 21 meses.
Também está em andamento o projeto do novo Canal do São Joaquim, que passará a ser um rio navegável, área de lazer e parque vertical. Só na primeira etapa do projeto serão investidos R$ 170 milhões. A primeira fase do projeto foi financiada pelo governo federal e será executado pela prefeitura de Belém. “Serão R$ 150 milhões de investimento da Caixa e já estamos finalizando o processo para abrir de licitação. Será um novo espaço de lazer e uma demonstração de que é possível salvar rios urbanos, evitando que se transformem em esgoto a céu aberto”, diz o coordenador do comitê municipal da COP.
A prefeitura também apresentou um projeto junto ao Ministério das Cidades para drenar e pavimentar 165 vias distribuídas em todos os distritos da cidade, “por que a COP precisa deixar um legado para a periferia da cidade. Serão mais de R$ 300 milhões investidos. Também estamos em negociação com governo federal”, coloca.
A prefeitura também vem realizando obras de melhoria no asfalto de vários corredores da cidade, como a avenida Senador Lemos, fundamental para o escoamento do trânsito, além das avenidas Antônio Barreto, José Bonifácio, Mundurucus e Padre Eutíquio.
BRT METROPOLITANO
Importante para a mobilidade urbana para quem chega à capital, o BRT Metropolitano, é o projeto de mobilidade urbana mais importante do Governo do Pará, executado pelo Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM). A obra iniciou em 2019 e abrange os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides. O investimento, até junho deste ano, a valores iniciais do contrato, foi de R$ 296 milhões e a previsão de entrega é maio de 2024, um ano e meio antes da COP 30, que ocorre em novembro de 2025.
O BRT Metropolitano vai reduzir o tempo de viagem à capital com a reestruturação dos primeiros 10.8 km da BR-316. O projeto prevê a construção de 22 km de ciclovia, 13 passarelas, 13 estações de ônibus, 2 terminais de integração, 4 túneis, um viaduto (já entregue), além de pavimentação, calçadas, urbanismo a drenagem. Na avenida Almirante Barroso e no bairro de São Brás, serão construídas e adequadas quatro estações de passageiros e a sinalização das vias de acesso até o Ver-o-Peso.
O BRT Metropolitano é constituído das linhas alimentadoras – ônibus que circularão nos bairros dos municípios Ananindeua, Marituba e Benevides – para transportar os passageiros aos terminais de integração de Marituba e de Ananindeua, utilizando a mesma passagem. Desses terminais partirão os ônibus da linha troncal pelo corredor BR-Almirante Barroso.
Além disso, prefeitura e governo do estado estão negociando junto ao governo federal a aquisição de ônibus elétricos, para que Belém melhore seu sistema de transporte, mas de forma sustentável. Esses ônibus vão operar na região do evento e no sistema BRT.
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