Em Nova York, participando da Semana do Clima, o governador Helder Barbalho (MDB) reforçou o seu compromisso com a preservação da Amazônia e anunciou que projeta zerar o desmatamento ilegal no Pará até o ano de 2025.
A fala ocorreu em meio ao evento Casa Amazônia, realizado na manhã desta sexta (22), com painéis de discussão sobre a região para os interessados nos temas relacionados ao Pará, ocasião em que ele afirmou ainda que todos os esforços precisam ser em direção à valorização da floresta viva como sendo mais rentável em relação a atividades ligadas à derrubada de árvores.
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“Quando falamos em legado ambiental da COP 30, eu entendo que somos capazes de chegar em 2025 com desmatamento ilegal zero no estado do Pará, porque é o caminho que nós estamos traçando”, justificou o chefe do Executivo estadual.
Helder explicou que, atualmente, dez hectares de floresta deitada na região da Transamazônica, transformada para a produção agrícola, valem 90% a mais do que o mesmo território em floresta em pé, e que enquanto houver esse disparate, o Estado continuará agindo coercitivamente.
“E vamos fazer um chamamento, dizendo para o agricultor familiar que ele vai receber recursos financeiros para preservar a floresta em um valor três vezes maior do que ele recebe fazendo lavoura. Aí sim eu começo a conversar no patamar de financiamento”, detalhou.
Ao destacar o trabalho do governo estadual para a estruturação de um sistema para o mercado voluntário de créditos de carbono no Pará, o governador falou sobre a diferença de perspectivas sobre o assunto entre os países ricos e os que estão em desenvolvimento.
“Vejo muita gente falando no mercado de carbono, mas na perspectiva dos países do Norte global, que é o de gerar créditos por mudança de matriz econômica reduzindo emissões e não discutindo o assunto a partir da contribuição que a floresta pode ofertar na captura de carbono. Nós precisamos colocar isso na agenda sob pena de, mais uma vez, o nosso papel nesta solução seja de somente preservar, e não o de participar do processo de transição para uma economia financiada com base na floresta viva”, defendeu.
CARBONO
Mais cedo, Helder reuniu-se com a diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Andersen, para tratar sobre um acordo de cooperação técnica para fortalecer as políticas ambientais do Pará. Na pauta, estratégias para a 30ª edição da Conferência das Partes (COP 30), que será sediada em Belém no ano de 2025, além do desenvolvimento do sistema jurisdicional para o mercado de créditos de carbono no Pará, o chamado sistema de Redução de Emissões de gases de efeito estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação florestal (Redd), com foco no protagonismo do estado nesse tema.
No mercado de carbono, o objetivo é, com o apoio da ONU, gerar créditos de alta integridade socioambiental no Pará, por meio de um sistema que já está em construção, com a participação ativa de Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais (PIQCTs), em um trabalho conduzido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com o apoio de entidades do terceiro setor.
A agenda foi intermediada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que vem colaborando com o Pará no desenvolvimento das políticas e programas ambientais no âmbito do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA).
O governador fez um convite para que Inger Andersen venha a Belém para a assinatura do acordo, o que poderá ocorrer até o final deste ano, consolidando o alinhamento do Estado do Pará com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UFCCC, em inglês).
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