A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) prevê a geração de cerca de 470 mil vagas temporárias no país, no 4° trimestre de 2023 (outubro, novembro e dezembro). De acordo com a associação, o panorama representa um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. A maioria das contratações deve ser puxada pelo setor da Indústria (55%), seguidos pelos de Serviços (30%) e Comércio (15%).
A projeção da associação depende de um cenário positivo da economia. Para impulsionar a abertura de vagas temporárias no período, o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu, destaca alguns fatores como a estabilidade do dólar, que pode ajudar as indústrias que produzem para exportação; o aumento da importação chinesa; bem como a diminuição dos juros.
“Acreditamos que, se o cenário for favorável, as indústrias podem acelerar suas contratações para atender a alta demanda de consumo do período, devido às datas sazonais como Dia das Crianças, Black Friday e Natal”, afirma.
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O presidente da associação avalia que o mercado de trabalho brasileiro encontra-se em uma trajetória favorável, caracterizada pelo aumento da empregabilidade e de efetivações celetistas. A Asserttem destacou uma alta na taxa de efetivação média dos temporários, que passou de 20% para 22% neste último trimestre do ano.
“Vivemos uma realidade de falta de mão de obra qualificada. Assim, quando a empresa encontra este profissional, ela o efetiva. E, consequentemente, verificamos um aumento da empregabilidade ao invés da contratação de temporários”.
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REGIONAL
No estado do Pará a expectativa também é positiva. Conforme pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-Pa), a maioria dos setores, com destaque para os de Comércio e Serviços, aponta para um melhor cenário na promoção de oportunidades de trabalho, inclusive retomando o nível pré-pandemia. As estimativas do Dieese Pará são de que cerca de 4.600 pessoas possam ser contratadas temporariamente na Região Metropolitana de Belém (RMB). Um saldo de 10% a mais que o mesmo
período do ano passado.
O empresário Maurício Façanha, proprietário de um restaurante situado no bairro do Umarizal, em Belém, começou com as contratações temporárias antes do Círio de Nazaré, já prevendo o aumento das demandas de atendimento. O restaurante que já contava com 32 funcionários no quadro funcional, contou com o apoio de mais seis trabalhadores temporários.
“Dois desses seis contratados temporariamente devem ser efetivados. A gente acaba enxergando essas contratações como oportunidades porque não temos só o restaurante, então eles podem ser realocados para outros negócios dentro do grupo. Então quando alguém se destaca, a gente acaba efetivando”, ressalta.
Segundo ele, a tendência agora é observar o movimento pós-Círio e, conforme for, iniciar outras contratações temporárias no início de dezembro, um mês de festas e férias que pode
render positivamente.
O supervisor técnico do Dieese Pará, Everson Costa, avalia que o Brasil está numa retomada econômica, mas que ainda sofre com os efeitos da pandemia. No entanto, mesmo com a conjuntura desafiadora, as estimativas podem ir muito além.
“Não estamos falando só de uma oportunidade de emprego temporário, mas sobre a entrada de pessoas no mercado de trabalho, principalmente de maneira legal, com carteira assinada. Então a gente espera que essa movimentação de final de ano possa ir para além das contratações temporárias e efetivar muita gente”.
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