O Fórum sobre Mudanças Climáticas de Belém, que tem cerca de cem representantes da sociedade civil, dos governos municipal, estadual e federal, realizou uma jornada de planejamento de grupos de trabalho (GTs): grupo de formação, de mobilização e de sistematização. Os GTs visam a curto prazo a mobilização da sociedade nos distritos e ilhas, e a médio prazo a realização de uma Conferência Municipal do Clima até o primeiro semestre de 2024.
O grupo de formação reúne representantes de organizações do meio ambiente, instituições de pesquisa como Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência-PA, representações de setoriais como juventude e negros e negras e LGBTI+, feirantes, ambulantes, ribeirinhos, agricultores urbanos.
A organização Jandyras, que atua na área do meio ambiente em Belém, com ativismo ambiental, realizando atividades em bairros das periferias atingidos por mudanças climáticas, deverá contribuir, efetivamente, como diz Eduarda Gonçalves representante da ong.
“Como coletivo já trabalhamos com atividades de formação, como cursos, oficinas para comunidade, com foco principal o saneamento e vários braços desse tema na vida cotidiana da população na cidade, como a questão de resíduos, alagamentos, condições de consumo de água, nesse aspecto pode ser a nossa maior contribuição, para formação nos territórios para lideranças e para população de modo geral”, explica Eduarda.
O planejamento do Fórum sobre Mudanças Climáticas, realizado nesta terça-feira, 14, prevê mobilizar em todos os distritos a população com plenárias temáticas presenciais e virtuais e recolher contribuições técnicas tanto da sociedade civil, organizações populares, bem como de instituições de pesquisa, como universidades, o museu Goeldi, a fim de sistematizar um repertório de ideias, relatos de experiências práticas e atividades de engajamento, para a construção da Conferência do Clima.
Repasse de informações
A contribuição da Prefeitura de Belém está, prioritariamente, em informar a população sobre as medidas da gestão para enfrentar as mudanças climáticas na cidade, seja realizando obras e programas sociais que beneficiem a população, sobretudo, das periferias atingidas por essa mudanças, como apresentando subsídios para as reuniões com ampla participação social que existe nesse espaço, seja ofertando um rol de estudos e diagnósticos de impactos das mudanças climáticas.
O coordenador do Fórum representando a Prefeitura de Belém, Sérgio Brazão, explicou a tarefa da gestão nessa organização. “A Prefeitura, em curtíssimo prazo, deverá apresentar ao Fórum e à toda sociedade de Belém e ilhas um estudo que produziu: o inventário sobre emissões de carbono na cidade e região de ilhas, uma proposta de plano de serviços sistêmicos e um diagnóstico de áreas de risco e vulnerabilidade mais impactados pelas mudanças climáticas”.
"Com isso, a Prefeitura visa obter subsídios técnicos, aferidos por cálculos mais precisos e que vão possibilitar pensar políticas que ataquem os problemas da cidade e realizar um planejamento urbano focado nas condições climáticas de Belém estudadas, isso é histórico e é a Prefeitura e a população estão sendo protagonistas desse momento", completou o coordenador do Fórum.
Os grupos de trabalho aprovaram uma agenda com cronograma semanal e uma reunião ordinária mensal do Fórum com todos os participantes. Além disso, o grupo deliberou os temas de formação, estudo e práticas, como: saneamento e saúde, diversidade e justiça ambiental, desenvolvimento do turismo, cultura e economia solidária, desafios sobre moradias, plano de arborização/agricultura urbana, consumo e sustentabilidade, transporte, mobilidade e acessibilidade.
A previsão é que em janeiro de 2024, na próxima reunião ordinária do Fórum, a Prefeitura de Belém apresente à sociedade esse diagnóstico, que assegura uma atuação e intervenções da sociedade civil e representantes de instituições e do poder público mais eficazes sobre o tema para a Conferência do Clima de Belém.
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