Nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, as temperaturas ficaram acima da média histórica, de acordo com o levantamento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em 2023, os quatro meses citados foram marcados por calor extremo em grande parte do país e eventos de onda de calor, reflexo do impacto do fenômeno ‘El Niño - aquecimento acima da média das águas do oceano pacífico equatorial.
Nesta semana, o Inmet também divulgou alerta vermelho para onda de calor em 15 Estados, entre eles, o Pará. O meteorologista da Seção de Previsão do Tempo do Inmet, José Raimundo Abreu, afirmou que, na Região Metropolitana de Belém, os dias sem ocorrência de chuva devem persistir até esta sexta-feira. “Se ocorrer alguma pancada de chuva é de curta duração e em áreas isoladas. O que deve predominar mesmo são as altas temperaturas, que estão variando devido à incidência dos raios solares. As temperaturas aqui, na Região Metropolitana, vão variar entre 34 °C a 35 °C , podendo chegar a 36 °C”, disse.
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Vendas
Com isso, o cenário indica que o ano de 2023 será o mais quente desde a década 60, e os vendedores de bebidas e gelados na capital paraense vêm sentindo o impacto no aumento das vendas de água, principalmente.
Cléo Moreira, de 40 anos, proprietário de um depósito de bebidas localizado no bairro da Pedreira, em Belém, comenta que a venda de água, incluindo a de coco, aumentou em torno de 30%. Além disso, toda hora é hora, não tem horário específico para matar a sede.
“Houve um aumento expressivo sim na venda de água, cerveja nem tanto. Para se ter uma noção, as unidades estão acabando antes da próxima remessa chegar, não estão vencendo. Aí a gente tem até que se adiantar agora para não faltar. As vendas ocorrem durante o dia todo porque você levanta e de manhã já está aquele solzão, né? Não tem hora para beber água”, explicou.
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O vendedor ambulante de picolés, Sérgio Júnior, de 46 anos, também avalia um impacto positivo, ao menos nas vendas. Pelo período da manhã, o ambulante trabalha em frente a um colégio na avenida Nazaré, local mais rentável para ele. Já pela parte da tarde, percorre as ruas do bairro do Guamá e Jurunas. “As pessoas têm comprado até mais de um, tenho percebido isso. Era para estarmos num mês de chuva, né? Mas tudo está modificando, aí impacta nessa parte pra gente também. Para refrescar, os sabores que mais saem são de tapioca, açaí e bacuri”, afirmou.
Enquanto aguarda o ônibus na parada, o jeito é comprar um picolé para refrescar, afirma a dona de casa Lourdes Araújo, 55. “Não tem como, a gente tem que se refrescar de alguma forma. Ando com uma garrafinha de água mas também já acabou e às vezes a gente precisa de algo mais gelado, então recorre a sorvetes, picolés. É desse jeito!”, contou.
Na avenida João Paulo II, no bairro do Marco, no depósito de bebidas da Cláudia Mota, o que mais sai agora é garrafa de água de 2 litros. “Cerveja é mais fim de semana, mas durante a semana é água mesmo, até porque as pessoas fazem exercícios físicos por aqui regularmente também. Mas, ultimamente, aumentou em até 20% nossas vendas de água”, disse.
Garrafinha
Renan Leal, de 21 anos, revela que já tinha o costume esporádico de andar com uma garrafinha de água na bolsa mas, agora, não esquece de jeito nenhum ao sair de casa. “Agora aproveitei para tomar uma água de coco, para refrescar, né? Por conta do calor”, completa.
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