Serviços mantém a geração de empregos em alta no Pará

No período de janeiro a novembro de 2023, o Ministério do Trabalho realizou um levantamento que colocou o setor de serviços como o principal gerador de empregos formais no Pará. Durante esses meses, foram abertas 21.235 novas vagas, um número expressivo que representa 38,23% do total 55.534 empregos gerados no ano passado.

Em 2023, a Barbearia Los Brutos, no bairro da Pedreira, precisou ampliar sua equipe devido ao aumento na demanda, conforme relata Rodrigo Ferreira, 37, gestor do estabelecimento. “Atualmente, o local conta com oito profissionais especializados em cortes e barbas, e planeja a contratação de mais um folguista. Além disso, o quadro de funcionários se estende a outros setores”, disse.

Com esses números, o setor de serviço totaliza, atualmente, mais de 379 mil pessoas empregadas em todo o Estado, distribuídas em atividades como padaria, salão de beleza, reparos em geral, loterias, entre outros. “Estamos passando por um momento de recuperação econômica, e a população está mais disposta a pagar pelos serviços, o que aumenta o movimento e a necessidade de mais profissionais”, acrescenta Rodrigo. Foi dessa maneira que, em novembro do ano passado, o barbeiro Douglas Oliveira, 26, conquistou uma vaga no mercado de trabalho. “Cheguei como folguista, que é aquele profissional contratado para tirar a folga de outro colega. Cerca de um mês depois, em janeiro de 2024, fui, finalmente efetivado e hoje estou aqui, somando com outros colegas e fortalecendo o quadro de funcionários”, explica.

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“Vejo que as pessoas que se especializam em áreas relacionadas ao setor de serviço tendem a conseguir emprego mais rapidamente. Por exemplo, eu tinha uma barbearia, mas precisei encerrar o negócio por forças maiores. Pouco tempo depois já fui chamado. Então eu agarrei a oportunidade, pois também temos que ser racionais em admitir que nem sempre é tão fácil assim”, completa Douglas.

Oportunidades

O armazenista Hugo Patrick, 32, é outro exemplo de que o setor de serviço está aquecido. “Eu estava trabalhando em outro lugar, como operador de caixa, mas fiquei desempregado. Menos de um mês depois me chamaram para trabalhar nessa nova função, a qual estou aprendendo e gostando muito. Graças a Deus o que não falta é emprego. Dessa forma é melhor para mim e para outras pessoas também”.

De acordo com o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Diesse/PA), Everson Costa, o setor de serviço é a macro atividade econômica que consegue deter o maior número de segmentos. “Portanto, tem sua importância não só pelo tamanho, mas também pela capilaridade que esse macro setor tem em toda a nossa economia”, afirma.

Apesar dos bons resultados no ano passado, Everson lembra que o setor foi o que mais sofreu no auge da pandemia, quando boa parte das atividades precisaram ser interrompidas. “É um setor que depende de circulação de pessoas, de contato, de movimentação, de recursos, e isso foi muito prejudicado durante a pandemia e fez com que perdesse muitos empregos ao longo de dois anos”, pontua.

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“Parte desses segmentos já conseguiu chegar ao chamado nível pré-pandemia, quando recuperam aquilo que tinham perdido ali antes da pandemia. Mas outros ainda buscam essa recuperação. É bom lembrar também que depois dessa crise na saúde começou uma nova forma de prestar serviço, com a inclusão tecnológica, que mudou o perfil de consumo e prestação de serviço”, ressalta o supervisor técnico.

Por fim, Everson lembra que o setor terá grande importância para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada na capital paraense, em novembro de 2025. “Vamos ver muito turismo, hospitalidade, gastronomia, lazer, tudo isso se movimentando fortemente por conta do setor serviços na nossa cidade, o que nos dará alguns méritos pela recepção que vamos fazer”.