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SEGURANÇA

A cada dia cerca de 86 pessoas são vítimas de golpes no Pará

Segup revela redução de 11,4% em ocorrências de estelionato em 2023, mas ações criminosas persistem, incluindo golpes antigos e outros já adaptados ao mundo digital. Especialista oferece orientações para evitar fraudes.

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Imagem ilustrativa da notícia A cada dia cerca de 86 pessoas são vítimas de golpes no Pará camera Popularização dos celulares e smartphones facilitou a aplicação de golpes nos últimos anos. | Tânia Rego/Agência Brasil

No Pará, de janeiro a dezembro de 2023, foram computadas 31.434 ocorrências de estelionato, uma redução de 11,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 35.517 delitos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Apesar da queda, os números ainda preocupam. Afinal, é como se a cada dia 86 pessoas acabem sendo enganadas no Estado por diversos tipos de golpes, desde os mais antigos, aos mais refinados e adaptados ao mundo digital.

Recentemente, a Polícia Civil deflagrou uma operação para enquadrar influenciadores digitais que estavam incentivando, e passando a falsa ideia que um determinado tipo de jogo, o famigerado ‘Jogo do Tigrinho’, representava a certeza de dinheiro fácil para os apostadores. E como pano de fundo, exibiam suas ‘conquistas luxuosas’ e a vida nababesca supostamente bancada por esse tipo de jogo.

CONTEÚDO RELACIONADO

Foi comprovado que os apostadores sempre perdiam o dinheiro investido. Apesar das falsas expectativas criadas especificamente nesta modalidade de golpe, há outras artimanhas igualmente convincentes e que encontram terreno fértil na crença de quem acredita no retorno fácil.

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Para esclarecer sobre o assunto e, principalmente, se proteger de golpes financeiros, o advogado criminalista e especialista em ciências penais, Ivan Moraes, dá algumas orientações. De acordo com ele, as práticas mais comuns de estelionatários, são fazer promessas “irresistíveis” se valendo da ganância da pretensa vítima.

Ainda segundo o advogado criminalista, o ‘modus operandi’ também varia a partir do objetivo do criminoso. Ele cita que as práticas mais comuns hoje em dia, são estelionatos em referência a supostos investimentos no mercado financeiro. “Nesse caso o modus operandi é convencer a vítima de que terá um excelente retorno em um curto prazo”, explica.

Já no caso de golpes que envolvem compra e venda de bens móveis e imóveis, a artimanha é oferecer os supostos bens abaixo do preço, fazendo a vítima acreditar que está fazendo um excelente negócio, quando, na maioria das vezes o bem não existe ou não pertence ao fraudador. “O comum em ambos os casos é a intenção da vítima em também auferir vantagem”, destaca.

GOLPES DO AMOR

Nos famosos casos de estelionato sentimental, como explica Ivan Moraes, o estelionatário não se vale da ganância da possível vítima, mas sim de um ponto ou momento de fragilidade emocional. O advogado criminalista orienta que, a melhor maneira de se precaver é sempre duvidar de tudo e de todos e não acreditar em qualquer história a ser contada.

“Principalmente em histórias mirabolantes, como o famoso golpe do soldado de guerra que supostamente se interessa pela vítima através da foto do perfil em redes sociais e começa a conversar através de aplicativos de conversa, passando a se beneficiar economicamente da fragilidade emocional da vítima”, cita.

Para se precaver a vítima também pode se valer através de redes sociais, como Instagram e Facebook ou aplicativos de consultas jurídicas gratuitas, por exemplo, o Jusbrasil, para fazer consultas sobre o histórico da pessoa, se responde a processos por estelionato ou violência doméstica.

Ivan Moraes ressalta que, caso a vítima suspeite que está sofrendo uma tentativa de golpe ou o próprio golpe, pode e deve procurar as autoridades competentes, já que a Lei nº 13.964/19, o famoso pacote “Anticrime”, alterou a natureza da ação penal do crime de estelionato.

TAREFA

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alertou na última sexta-feira, 12, que criminosos têm usado os aplicativos de mensagens e oferecido às vítimas uma oportunidade para ganhar dinheiro rápido e de forma fácil em troca da realização de tarefas simples na internet, como curtir fotos, fazer comentários e seguir contas de empresas e lojistas nas redes sociais.

Conhecido como “golpe da tarefa” ou “golpe da renda extra”, a vítima recebe uma mensagem em seu aplicativo de mensagem no celular. O bandido se apresenta como um funcionário de uma empresa de marketing digital que está selecionando interessados para trabalhar de maneira online.

Oferecem ganhos que podem começar de R$ 100 e chegar até R$ 1.500 por dia e, ao aceitar a proposta, o participante é incluído em um grupo de mensagens. No início, o usuário faz as tarefas e o golpista chega a depositar dinheiro na conta da vítima para gerar credibilidade, mas sempre em valores baixos.

Aí vem o momento: chega uma tarefa em que é preciso pagar para poder participar. O golpista alega que o participante irá recuperar o dinheiro no mesmo dia. Outras pessoas que estão no grupo mandam comprovantes de pagamentos recebidos após a realização das tarefas e assim induzem a vítima a continuar no esquema.

Essas tarefas pré-pagas têm valores mais altos, explica a Febraban. Por exemplo, dizem que é preciso fazer um pré-pagamento de R$ 1.000, para receber no mesmo dia um valor de R$ 1.500. E aí o golpe é consumado em meio a mais uma engenharia desenvolvida por criminosos. (Com informações da Ana Laura Costa)

CONHEÇA OUTROS TIPOS DE GOLPE COMUNS

Golpe do falso empréstimo

Organizações criminosas se passam por falsas instituições financeiras e oferecem empréstimos com condições muito vantajosas para o consumidor. As quadrilhas fazem anúncios em sites na internet e oferecem crédito, com condições muito atrativas, inclusive, prometem liberação fácil de dinheiro para consumidores negativados. Quando o interessado preenche o cadastro nestes sites fraudulentos, os bandidos entram em contato e pedem que ele assine um suposto contrato, mas, sem que o usuário perceba, colocam cláusulas impondo multas, caso haja desistência. Para que o falso empréstimo seja liberado, os bandidos pedem o pagamento de taxas e impostos e dizem que a prática é normal.

A FEBRABAN alerta que não existe nenhum tipo de empréstimo em que a pessoa tenha que fazer qualquer tipo de pagamento antecipado, seja de impostos, de preenchimento de cadastro ou de supostos adiantamentos de parcelas, e esclarece que este tipo de abordagem é fraude. Em todas as operações de crédito regulares, o cliente recebe o dinheiro e não tem que pagar nada para obter o empréstimo. Desconfie de sites na internet que ofereçam crédito com condições vantajosas. Sempre pesquise e verifique se a instituição é autorizada pelo Banco Central a oferecer empréstimos

Golpe do falso policial

Trata-se do golpe do motoboy e começa quando o cliente recebe uma ligação do golpista, que antes de passava por funcionário do banco, dizendo que o cartão foi fraudado. Agora os bandidos também fingem ser falsos policiais, alegam que a conta da vítima foi invadida e que seu cartão precisará passar por perícia e está sob investigação.

O bandido solicita a senha e pede que o cartão seja cortado, mas que o chip não seja danificado. Em seguida, diz que o cartão será retirado na casa do cliente. Um outro criminoso aparece onde a vítima está e retira o cartão. Mesmo com o cartão cortado, o chip está intacto e os fraudadores o utilizam para fazer transações e roubar o dinheiro da vítima.

Como evitar

Fique atento! Nunca entregue seu cartão para nenhum portador retirar na sua casa. Se receber esse tipo de ligação ou visita, não entregue nada para ninguém e ligue imediatamente para o seu banco, de preferência de um outro telefone, para saber se existe algum problema com a sua conta.

Golpe do vírus do Pix

Nada mais é do que o golpe do Acesso Remoto, que ficou conhecido popularmente como o golpe da Mão Fantasma. O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou ainda manda e-mails, links e mensagens em aplicativos. Usa várias abordagens para enganar o cliente: informa que a conta foi invadida, clonada, que há movimentações suspeitas, entre outras artimanhas. E diz que vai enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar o problema. Se o cliente instalar o aplicativo, o criminoso terá acesso a todos os dados que estão no celular.

A Febraban esclarece que os aplicativos dos bancos contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização. Não há registro de violação da segurança desses aplicativos. Além disso, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente.

No caso do Golpe do Acesso Remoto, os criminosos realizam pesquisas no aparelho buscando por senhas eventualmente armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites. Muitos usuários anotam suas senhas de acesso ao banco em blocos de notas, e-mails, mensagens de Whatsapp ou em outros locais do celular.

Como evitar

Fique atento: O banco nunca liga para o cliente pedindo para que ele instale nenhum tipo de aplicativo em seu celular. Também nunca liga pedindo senha nem o número do cartão ou ainda para que o cliente faça uma transferência ou qualquer tipo de pagamento para supostamente regularizar um problema na conta. Se receber esse tipo de contato, desconfie na hora. Desligue e entre em contato com a instituição financeira através dos canais oficiais e de um outro telefone para saber se algo aconteceu mesmo com sua conta.

Golpe do falso emprego

Trata-se de uma técnica simples de engenharia social e é bem parecido com o golpe do falso funcionário de banco. Desta vez, bandidos buscam informações de usuários que estão em busca de vagas de trabalho e se passam por falsas agências de emprego. Oferecem vagas com excelente remuneração e apelam para a urgência para que a pessoa aceite a oportunidade. E pedem que o interessado faça um curso rápido para poder se adequar à falsa vaga e também pedem transferência em Pix para falsos exames médicos.

Como evitar

Desconfie de contatos com essa abordagem que venham em aplicativos de mensagens, e-mails ou até mesmo em telefonemas. Nunca passe seus dados pessoais. Ao fazer uma transação comercial com o Pix, sempre pesquise sobre a empresa em sites de reclamação e confira seu CNPJ. Nunca faça transações em sites que não tenham o cadeado de segurança no navegador nem transferências para contas de pessoas físicas. Sempre desconfie quando o vendedor apelar para a urgência em fechar o negócio, dizendo que você pode perder descontos.

Golpe do falso brinde/falso presente de aniversário

Trata-se de uma nova variante dos golpes do delivery, da máquina de cartão danificada e da troca de cartão. Após descobrirem dados pessoais e datas de aniversários, quadrilhas de criminosos entram em contato com a vítima e dizem que têm um brinde para entregar ou um presente de aniversário, e insistem para que a pessoa receba o presente pessoalmente.

Os criminosos chegam a dar algo para a vítima, geralmente flores ou cosméticos. Alegam que são prestadores de serviços e que não sabem informações de quem realmente pediu para fazer a entrega e pedem um pagamento de uma taxa.

O entregador pode entregar uma maquininha com o visor danificado ou de uma forma que impossibilite a visualização do preço cobrado na tela, sendo um valor acima do real cobrado. O golpista também usa algum truque e desvia a atenção da pessoa para que a vítima digite a senha no campo destinado ao valor da compra. Isso permite que bandido descubra o código secreto. É importante ressaltar que o campo de senha deve mostrar apenas asteriscos. Em posse da senha do cliente, o bandido pode, posteriormente, trocar o cartão.

Como evitar

Nunca aceite presentes e brindes inesperados, sem saber quem realmente mandou. Não forneça dados pessoais em links enviados pela internet de supostas promoções e tenha muito cuidado ao preencher cadastros na internet.

Ao comprar algo em qualquer lugar, nunca entregue seu cartão para alguém inserir na maquininha e realizar o pagamento. Sempre faça este processo você mesmo. Ao digitar sua senha, garanta que não esteja visível para quaisquer pessoas ao seu redor. Não aceite realizar pagamentos se o visor da maquininha estiver danificado, impedindo que você veja o valor real que está pagando.

Golpe do falso investimento

Bandidos criam sites e perfis falsos em aplicativos de mensagens e em redes sociais se passando por um falso corretor ou funcionário de instituição financeira. Oferecem opções imperdíveis de investimentos e também apelam para a urgência para que o interessado feche negócio, dizendo que ele irá perder alguma vantagem.

Como evitar

Também desconfie de contatos com essa abordagem e sempre desconfie quando o vendedor apelar para a urgência em fechar o negócio. Nunca passe seus dados pessoais em aplicativos de mensagens ou em redes sociais. Na dúvida, sempre ligue para o seu banco.

Golpe do link falso

Um golpe em que normalmente ofertas muito atrativas chegam por e-mail ou redes sociais como iscas para que os usuários informem seus dados como número de CPF, conta, cartões e senhas. Essas mensagens também podem instalar vírus e aplicativos que roubam seus dados por meio de links maliciosos, permitindo os golpistas acessarem todas as suas contas.

Como evitar

Desconfie de mensagens que você não pediu ou aprovou, e de ofertas em que o desconto é tentador demais. Fique atento ao e-mail do remetente, empresas de grande porte não utilizam contas privadas como @gmail, @hotmail ou @terra e entidades públicas sempre usam @gov.br ou @org.br. Em caso de links, confira se o endereço da página corresponde ao correto. Em caso de dúvida, não clique.

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