Uma pesquisa conduzida pelo Preply, aplicativo de aprendizado de idiomas e plataforma de e-learning, deu ao Pará o título de sétimo estado brasileiro com a população mais festeira e o décimo com a melhor hospitalidade para turistas. O levantamento contou com a participação de mil entrevistados, que puderam explorar temas atribuindo características a cada um dos estados do país.
A análise abrangeu a receptividade da população local aos visitantes, assim como a culinária regional, fatores que contribuem para bem receber as pessoas.
No Ver-o-Peso, um dos principais pontos turísticos de Belém, é possível encontrar toda essa característica. Sebastião Soares da Gama, 63, faz sucesso por lá, principalmente pela maneira educada, atenciosa e divertida que atende clientes e turistas, jeito esse que faz com que o movimento em sua barraca recheada de castanhas-do-pará seja intenso.
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O feirante acumula 30 anos de experiência na venda dessa iguaria no local e destaca que o mercado é um dos ambientes mais animados e hospitaleiros da cidade. “Tem gente que vem triste e sai outra pessoa. Falando de Belém, aqui é uma cidade acolhedora e o Ver-o-Peso é a nossa felicidade. Todos nós que trabalhamos aqui somos assim: somos e nos sentimos felizes”, afirma.
“Creio que seja um ‘combo’: como somos muito atenciosos e educados, o cliente se sente mais à vontade para dar um valor a mais. Para nós, isso é maravilhoso, pois quem não gosta de receber um dinheiro extra para ajudar nas finanças? Mas claro que não fazemos isso com algum interesse. Creio que tudo flui naturalmente, pois gentileza gera gentileza e assim ambos saem felizes”, completa Sebastião.
Bebida gelada, comida da melhor qualidade, lugares aconchegantes e aquela prosa na melhor companhia. Assim costumam ser descritas as festas espalhadas pelos quatro cantos do Belém. A fama corre mundo afora, principalmente porque a cidade possui uma cena cultural borbulhante, e isso contribuiu para a pesquisa do Preply, que colocou o Pará ficou entre os dez estados mais festeiros de todo o Brasil.
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Para chegar a essa conclusão, os entrevistados avaliaram o lado eclético das cidades, principalmente da capital, quando o assunto é vida noturna, pois é possível encontrar espaços dos mais calmos aos mais badalados, com ambientes abertos e fechados, com programações que abrange todos os públicos, bolsos e gostos.
As universitárias Ketley Souza, 20, e Andreza Alves, 22, concordam com a pesquisa, destacando a energia única dos paraenses. “Às vezes nem precisamos ir para uma festa de fato, é só passar ao lado de uma caixa de som que esteja tocando um brega que já dá aquela vontade de parar e dançar, então imagina numa festa. Gostamos é disso mesmo, de diversão o tempo todo”, detalha Ketley.
Andreza complementa, mencionando a variedade de opções na cidade. “Se você quiser ir para um reggae, tem! Se quiser ir para um barzinho, tem também! Para quem quer um espaço apenas para tomar uma cerveja e conversar há vários! Fora outros pontos que não tem como citar pois são muitos. Somos tão bons nisso que até o turista quando vem aqui entra na brincadeira e se deixa envolver”.
O motorista de caminhão Antônio Neto, 64, destaca que, para os paraenses, o importante é ser feliz, independentemente do dia e da hora. “Somos festeiros, somos alegres, somos tudo de bom. E essas nossas características são conhecidas e reconhecidas mundo afora. Não é a primeira vez que ganhamos esse título de hospitaleiros e festeiros. Somos assim e morreremos assim”, disse.
Ao realizar um breve passeio noturno por Belém, é possível encontrar todo tipo de bar. “Belenense que se preze gosta mesmo é de se divertir, independentemente do lugar, mas desde que a música e a comida sejam boas e, claro, a cerveja gelada não pode faltar”, afirma o produtor Gustavo Moreira.
O ambiente alternativo faz com que a cidade se torne uma das regiões mais buscadas por quem valoriza a liberdade de desfrutar as bebidas e a culinária local. “Por isso que eu concordo 100% com a pesquisa, pois é um resultado graças a nossa riqueza cultural que é tradição aqui e em todo o estado. E não tem idade, viu. São jovens e idosos que só querem aproveitar o momento”, lembra.
“Vejo essa situação não apenas pela forte tradição no carimbó, mas também pela presença de outros ritmos que atraem um grande público, como o samba e até mesmo o metal, sendo a primeira banda desse gênero originária do Pará. E que dizer do brega? Contamos com DJ’s renomados, produtores de música eletrônica, entre outros gêneros de destaque nacional e internacional”, acrescenta.
Para Gustavo, é essencial que a cultura paraense não seja apenas uma ferramenta política, mas uma prioridade como uma área estratégica, contribuindo para a geração de empregos e melhoria das condições socioeconômicas da cidade. “Estamos bem, mas precisamos melhorar. Precisamos de mais investimentos, por exemplo, do setor privado, impactando mais vidas na cidade”, avalia.
Mais visibilidade para os bares e as festas
Para além das bebidas, esses locais têm uma característica ao apresentar o cardápio, geralmente com uma vasta opções de petiscos. É desta forma que muitos aguardam ansiosos pela chegada da sexta-feira para aproveitar um barzinho, ou até mesmo uma festa mais elaborada, com jogos de luzes e uma boa bebida.
“Trabalho com cultura não diversificada, que é a cultura do barzinho. Então como gerente de redes sociais estou muito envolvida nesse meio e posso afirmar que hoje o paraense está bem exigente e eclético. Então é dessa forma que os estabelecimentos vão se moldando, para oferecer a melhor opção, não só para a população, mas para o próprio turista”, detalha Illa Quadros, produtora cultural.
Quadros observa que a cultura dos botecos continua vibrante na cidade, mas deixou para trás a imagem onde todos bebiam em pé. “Ao longo do tempo, foram incorporados outros produtos e serviços. Por exemplo, quem deseja um espaço para sentar encontra facilmente. Há também opções com música ao vivo e, é claro, a cerveja, que já se tornou parte de nossa tradição”, complementa.
“A pesquisa coloca o Pará e principalmente Belém, por ser a capital, num cenário muito importante, principalmente dando mais visibilidade para os bares e as festas. Belém não é só do carimbó ou do brega, quem quiser ouvir um samba, pagode, rock, reggae, música eletrônica, consegue achar essas alternativas. A noite ferve e a gente fica muito contente com esses olhares, com essas pesquisas”.
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