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INDÚSTRIA PARAENSE

COP30: indústria alimentícia aposta na biodiversidade

CEO da Manioca acredita que evento global sobre clima aproximará a Amazônia do mundo, gerando oportunidades e desenvolvimento local

Imagem ilustrativa da notícia COP30: indústria alimentícia aposta na biodiversidade camera Toda essa biodiversidade tem papel fundamental para o desenvolvimento da indústria alimentícia do Pará. | Reprodução/Manioca

“Eu vou tomar um tacacá, dançar, curtir, ficar de boa…”no final de 2023, a música Voando pro Pará, interpretada pela cantora Joelma, viralizou nas redes sociais e despertou a curiosidade dos brasileiros sobre o que seria esse tal “tacacá”. A mobilização foi tão grande que o prato típico da culinária paraense foi a comida mais pesquisada no Google Brasil no ano passado.

Ao misturar ingredientes locais com a cultura e as tradições indígenas e amazônicas, a culinária paraense se destaca com sabores bem distintos daqueles experimentados no restante do país, e ainda desconhecidos por uma parcela significativa dos brasileiros. Nesse caldeirão, destacam-se elementos como jambu, tucupi e cumaru.

Toda essa biodiversidade tem papel fundamental para o desenvolvimento da indústria alimentícia do Pará. Fundada em 2014, a Manioca é um exemplo de empreendimento que “transforma ingredientes da Amazônia em alimentos naturais, práticos, saudáveis, inovadores e saborosos, dialogando com a cultura local e sua biodiversidade, a partir do comércio justo e do desenvolvimento de cadeias produtivas”.

Conexão Brasil-Amazônia

CEO e fundadora da Manioca, Joanna Martins conta que a empresa surgiu do objetivo de aproximar o país da região amazônica por meio dos sabores locais. “Quando eu morei em São Paulo senti uma dor muito grande de perceber o quanto o Brasil era distante da Amazônia, do Pará, e o quanto as culturas eram diferentes. Voltei para Belém com essa dor”, conta.

“Nosso sonho é grande e envolve chegar na casa do brasileiro. Inserir os alimentos amazônicos numa dieta do dia a dia das pessoas. Essa é a nossa inspiração e a nossa motivação”.

A empreendedora também aposta na valorização dos ingredientes amazônicos como uma forma de promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável da região.

“A gente acaba sendo referência para outros empreendedores entenderem que existe potencial em toda essa biodiversidade. O trabalho que a gente faz tem gerado um impacto muito grande no ecossistema de empreendedores que começam a ver valor nessa bioeconomia, uma possibilidade de gerar riqueza mesmo e prosperidade”.

Joanna completa afirmando que “faz sentido empreender com o objetivo de conectar o território brasileiro à nossa região, valorizando a nossa cultura e, ao mesmo tempo, gerando emprego, renda e possibilidade econômica para a população que está aqui”.

Nesse sentido, a empresa atua em parceria com pequenos produtores que vivem dentro da floresta e são seus maiores aliados no processo de valorização e preservação das riquezas da Amazônia.

Expectativas para a COP30

A fundadora da Manioca está confiante de que a realização da Conferência do Clima da ONU na capital paraense, em 2025, vai aproximar a Amazônia do mundo, além de ser um marco para o desenvolvimento sustentável da região.

“É uma oportunidade para o mundo começar a conhecer a Amazônia de fato. O mundo inteiro se interessa pela Amazônia, fala da Amazônia, mas não a conhece. Conhecer pelos livros não é a mesma coisa do que conhecer ao vivo. Então, para além das divisas de curto prazo que o turismo pode angariar com a COP30, milhões de oportunidades podem surgir”.

Ela destaca, ainda, que a região e o país precisam se preparar para que a COP seja apenas um degrau rumo ao desenvolvimento de um ecossistema de bioeconomia na Amazônia.

“Eu não acredito que ela seja finalística. Acho que vai ser uma oportunidade de acelerar algumas coisas, mas também tem alguns riscos. Essa aceleração pode não ser tão boa porque é um território que ainda carece de muitas questões básicas. Então, é importante que a gente tenha um certo cuidado com essa aceleração, porque o tempo da Amazônia é outro. É muito importante que a gente consiga esse equilíbrio”, conclui.

Voltando ao tacacá…

Embora seja reconhecido como um prato paraense, o tacacá é um caldo bastante apreciado também em outros estados da região Norte, como Acre, Amazonas e Rondônia.

Na base do seu preparo estão tucupi (sumo extraído da raiz da mandioca brava quando descascada, ralada e espremida); goma de mandioca; jambu (planta conhecida pelo efeito de dormência que dá na boca) e camarão seco.

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Ainda que o calor seja uma das marcas da região amazônica, o tacacá deve ser consumido quente e em uma cuia. Um palito de madeira pode ser utilizado para ajudar a pegar o camarão e o jambu, mas reza a tradição que a parte líquida deve ser bebida diretamente da cuia.

Sobre o Projeto Indústria Verde

O Indústria Verde é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para apresentar as contribuições da indústria brasileira à agenda ambiental. A indústria é parte da solução no desenvolvimento sustentável. O setor produtivo é um dos pioneiros a assumir a responsabilidade de estimular a implementação dos compromissos climáticos no país.

Saiba mais sobre o Indústria Verde no site do projeto e nas redes sociais: https://linktr.ee/industria.verde

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