Como forma de tentar amenizar as dores de um término de relacionamento, muitos jovens estão adotando uma prática considerada perigosa para a saúde. Nas redes sociais, uma informação distorcida de que a dipirona, medicação indicada para aliviar a febre, dores em geral, cólicas menstruais e também em casos de pós-operatórios, estaria ajudando as pessoas a curarem o “coração partido”, tem ganhado força e preocupando os especialistas.
A indústria farmacêutica ainda não desenvolveu nenhum tipo de substância que contribui beneficamente para a amenização das desilusões amorosas. Um estudo realizado nos Estados Unidos, onde foram analisados os efeitos da dipirona com resposta à dor da rejeição social, mas interpretado de forma erradamente, estaria sendo o motivo da busca massiva da medicação por aqueles que querem se livrar da dor causada pelo fim da paixão.
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O farmacêutico Renato Cavalcante explica que na ânsia de tentar solucionar o problema, as pessoas acabam embarcando em dicas nada saudáveis e arriscadas. “A gente observa que nessa questão, as mídias sociais e os influenciadores acabam usando suas forças divulgando diversas informações sem embasamento técnico ou científico, e que podem prejudicar ainda mais as pessoas que estão passando por determinada dificuldade”, diz.
Os efeitos relaxantes que a dipirona produz no organismo estão levando os indivíduos à ilusão de cura do desamor. “A dipirona é um analgésico que auxilia em diversos tratamentos de cunho físico, patológicos. Ela não pode curar emoções ou qualquer outra situação. Para este quesito é necessário procurar um especialista para dar a devida atenção às condições emocionais”, orienta.
COLATERAIS
Além de não curar as dores de relacionamentos terminados, a dipirona pode desencadear efeitos colaterais no corpo. “Como dito anteriormente, essa medicação é utilizada apenas para tratamentos físicos. O seu uso descontrolado e sem qualquer orientação médica pode provocar desde uma simples reação alérgica até uma possível intoxicação pelo medicamento. Ou ainda, em situações extremas, levar a morte de quem faz esse uso para algo não tratável por dipirona”, pontua o farmacêutico.
Renato Cavalcante falou ainda sobre a importância de não usar nenhum tipo de medicação sem prescrição médica e/ou farmacêutica. “O farmacêutico, por exemplo, é um profissional que está presente nas farmácias e de fácil acesso. Antes de utilizar qualquer medicação consulte um farmacêutico ou um médico, para evitar qualquer problema, seja com a dipirona ou qualquer outro tipo de medicação, mesmo que esses sejam medicamentos isentos de prescrição”, reforça.
Na busca pela informação de qualidade, a leitura da bula de medicamentos é uma forma também de combater as fake news sobre os efeitos que as medicações promovem no corpo. “É nesse pequeno documento que está descrita toda a composição química, para o que ele (remédio) serve, como deve ser usado, os riscos e etc. Mas vale lembrar que a leitura da bula é algo complementar, a atitude não retira a importância de orientação de um profissional qualificado”, enfatiza o farmacêutico.
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