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EMPREGO

Mulheres ocupam 35% das vagas criadas em 2023

Pesquisa divulgada pelo Dieese/PA com base em dados do Ministério do Trabalho/Caged, mostra que no ano passado a mão de obra feminina conquistou cerca de 16 mil novos postos de trabalho no Estado

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Imagem ilustrativa da notícia Mulheres ocupam 35% das vagas criadas em 2023 camera Comércio foi um dos setores que mais contratou mulheres para ocuparem oportunidades | Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Diesse/PA) divulgou pesquisa sobre o mercado de trabalho formal no Estado, com base em informações oficiais do Ministério do Trabalho/Caged, onde destaca que em 2023, aproximadamente 35% dos empregos formais criados foram ocupados por mulheres. Resultado positivo, que representa quase 16 mil mulheres empregadas.

Durante o período, observou-se um total de 137.499 contratações e 121.660 demissões de mulheres, resultando em um saldo positivo de 15.839 postos de trabalho, indicando um fechamento do ano de 2023 com um aumento de 9% em relação a 2022. O Departamento também constatou que os setores mais beneficiados pela mão de obra feminina foram os de serviços, comércio e indústria.

Em primeiro lugar, o setor de serviços destaca-se como o maior empregador de mulheres para o trabalho formal, registrando um saldo positivo de 7.738 carteiras assinadas. Na segunda posição, o setor do comércio apresenta um saldo positivo de 3.656 oportunidades geradas. Por fim, o setor da indústria fica em terceiro lugar, com o saldo de contratação de 2.047 mulheres.

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Conforme Janaína Teixeira, 33 anos, o ato de trabalhar representa resistência. Mãe solo, a operadora de caixa relatou que passou dois anos desempregada e sentiu na pele as dificuldades da reinserção no mercado de trabalho. “Precisei de um tempo por causa dos meus filhos. Quando me senti preparada para voltar a trabalhar, sabia que enfrentaria outras dificuldades, a de conseguir uma oportunidade”, afirmou.

“Ao todo, estou há quatro anos nesse emprego e posso dizer que sou muito feliz. Mas além disso, falando de mulher, que além de trabalhar, tem que lidar com os desafios de ser mãe. Por exemplo, não é fácil sair de casa todos os dias e deixar o filho. Mas é necessário, pois precisamos trabalhar. Hoje a realidade é delicada e muitas mulheres continuam fora do mercado de trabalho”, acrescentou Janaína.

DESIGUALDADE

Diante dos dados apresentados, o Diesse/PA considera que, “apesar dos avanços recentes, o mercado de trabalho ainda está distante da correta, justa e igualitária participação das mulheres”. Com base no mesmo estudo, é possível perceber que 65% do mercado de trabalho paraense é ocupado por homens, ou seja, sobrando apenas um terço dessa fatia para as mulheres.

Para entender melhor, a cada dez vagas de emprego, apenas três são ocupadas por mulheres. A vendedora Eletania Souza, 47, afirma que percebe essa diferença. “Falando de outras empresas que já passei, é evidente essa discrepância, especialmente em cargos de chefia. Portanto, é necessário persistir para que cada vez mais possamos ocupar nossos espaços”, comentou.

Eletania acrescenta: “Em um mercado cada vez mais competitivo, é preciso estar aberta a novas experiências, mesmo que talvez não seja a área desejada naquele momento. É preciso entender ainda que há muitas vagas de trabalho, no entanto, adquirir novos conhecimentos é primordial. Se você é boa com vendas, por exemplo, mas não consegue nessa área… arrisque-se em outra”.

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Ana Dutra Lima, 37 anos, compartilha da mesma visão. “Tenho formação em gestão e principalmente nessa área, percebo sim que mais homens ocupam vagas do que mulheres. De qualquer forma, é sempre gratificante poder estar trabalhando, ativa, pois é dessa forma que conseguimos nos manter, sustentar nossas casas e alcançar as coisas que precisamos”, declarou a vendedora.

“Atualmente posso dizer que tenho um pouco mais de facilidade para conseguir um emprego devido à experiência que adquiri, principalmente com vendas, além, é claro, da minha formação, o que me proporciona um diferencial na hora da análise do meu currículo. Mas a luta não para; os desafios estão aí, mas para serem superados”, concluiu Ana Dutra.

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