Com a intensidade das chuvas neste mês de março, aumenta a preocupação de quem mora em áreas próximas de canais em Belém. No canal da avenida Visconde de Inhaúma, no bairro da Pedreira, o acúmulo de lixo e entulhos agrava a situação, causando alagamentos. Além disso, em muitos trechos não há muretas. A falta implica riscos para pessoas e veículos. Das que ainda restam, boa parte se encontra em péssimas condições.
O comerciante Jaime Correia, de 67 anos, que mora há mais de 31 anos no perímetro do canal entre a travessa Timbó e a travessa Estrela, conta que o descarte irregular de lixo no local prejudica suas vendas. Durante a permanência da equipe do local, algumas pessoas queimaram lixo.
“Até que a coleta de lixo é regular, mas todos os dias jogam lixo e queimam aqui na frente. É algo que me prejudica muito, fica um mau cheiro, só fumaça e atrai roedores e insetos. Aqui só não está pior porque eu me reuni com outros moradores para colocar os pneus com plantas em algumas partes do canal”. Ele ainda diz que o lixo jogado no canal impede o escoamento da água.
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No perímetro entre a travessa do Chaco e a travessa Humaitá, a situação é a mesma, com o agravante de que grande parte das muretas está em péssimas condições, algumas já estão quase para desabar.
Mato, lixo e entulho acumulados vão ficando pelas ruas faltando pouco para cair no canal. Até pneu de carro e tampa de vaso sanitário foram jogados no canal. O aposentado e morador João Batista, de 68 anos, disse que os carroceiros jogam lixo no canal de madrugada. “Como vocês podem ver, a gente tenta preservar o canal, plantamos árvores às margens do canal, que estão caindo por causa da erosão causada pelas chuvas. Fizemos alguns remendos nas muretas e tentamos manter sempre limpo, mas mesmo assim as pessoas insistem em jogar lixo no canal e nas proximidades do canal”, contou.
A intensificação das chuvas é a maior preocupação do aposentado. “As fortes chuvas dos últimos dias, coincidindo com a maré alta, fez com que o canal transbordasse. O lixo tomou conta das ruas e ficou um grande fedor. A gente tenta fazer nossa parte, mas a gente precisa que todos colaborem”, desabafa.
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“Eu sempre que estou com um tempo livre, ajudo a limpar aqui. Os mais prejudicados somos nós com todo esse descaso. Se não fossem os moradores cuidarem, nada seria feito pelas autoridades. O risco de acidentes é constante pela falta de muretas de contenção”, comentou o segurança e morador, Gerson Queiroz, de 53 anos.
Já no perímetro da travessa Antonio Baena com a avenida Marquês de Herval, várias muretas estão caídas, há uma grande quantidade de lixo e entulho prejudicando o tráfego de pedestres, veículos e ciclistas. Se não bastasse, o local está só mato.
A empregada doméstica Márcia Souza comenta que a coleta de lixo estava há dias sem acontecer. “A gente paga imposto e vivemos esse descaso. Há dias que não temos coleta de lixo, a frente das casas está tomada de lixo, a área está só mosquito, correndo o risco de contrair uma arbovirose. Quando chove e o canal transborda, a gente não sabe o que é canal e o que é rua, correndo o risco de acontecer um acidente já que as muretas não existem mais”, aponta.
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