Os municípios de Belém e Ananindeua alcançaram juntos mais de R$877 milhões em impostos pagos desde o início do ano. Quem mora na capital paraense pagou até R$397 milhões até o início da tarde desta segunda-feira, 22. Já os moradores do município vizinho pagaram até R$480 milhões. Porém, a devolução dos impostos na forma de serviços à população não tem sido satisfatória.
No bairro do Castanheira, em Belém, quem mora ou trabalha próximo à rua José Hassegawa, reclama que desde dezembro a via não seca mais. Na tarde de sexta-feira, a rua estava intrafegável, totalmente alagada. De acordo com o gerente Fábio Melo, que trabalha na área, a situação está piorando. “É uma rua que fica ao longo da BR-316, se você perceber, é um problema que vai se alastrando. Quem vem andando por aqui, foca em perigo, por quê? A pista está encoberta pela água, não tem como o ciclista, condutor saber se tem buraco, é terrível”, explica.
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Fábio reclama que não vê os impostos sendo refletidos de forma positiva à população. “Um ponto muito interessante é que, você consegue perceber se o imposto que você paga está sendo bem utilizado só pela coleta seletiva de lixo da sua cidade. E nem os moradores de Belém quanto os de Ananindeua podem falar bem disso, não tem como. Então, a gente paga imposto e quer ver isso se transformando em benefícios, né?”, afirma.
No bairro do Jaderlândia, mais precisamente na passagem Jarbas Passarinho, os moradores que precisam trafegar pela calçada a dividem com entulhos e desviam-se de um bueiro aberto há mais de ano, de acordo com eles. Na rua E, entre a rua Júlia Barbalho e Tancredo Neves, outro bueiro aberto representa perigo aos moradores e prejuízos financeiros aos condutores que trafegam pela via.
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“Aí a gente paga tanta coisa, é tanto dinheiro que a gente paga a mais para dizer que temos saneamento, asfalto, educação, saúde e não conseguem tapar um bueiro sequer. Tem que ficar se desviando, a gente não consegue nem deixar as crianças brincarem, sossegadas, é sempre de olho para não cair aí…”, reclama a moradora Antônia Reis, de 53 anos.
Ainda no bairro do Jaderlândia, na rua Santa Maria, um ponto de descarte irregular de lixo e entulho atrapalha o trânsito de pessoas pela calçada, forçando moradores a transitarem na pista junto aos veículos.
“Isso aqui não muda e nem vai mudar”, desabafa morador de Ananindeua
Mas em Ananindeua, no bairro do Guanabara, não é diferente. Moradores da passagem Bons Amigos convivem com um “lixão à céu aberto” e dividem espaço com entulhos e urubus. Trabalhadores que usam a via também precisam desviar-se de buracos com poças d’água. No último dia 10 de abril, a equipe de reportagem do DIÁRIO DO PARÁ esteve no perímetro e registrou a mesma situação.
“Isso aqui não muda e nem vai mudar. Quem fala que está satisfeito com o que está sendo feito, não sei em que bairro está vivendo, sinceramente”, disse Ricardo Augusto, 35 anos, morador do bairro há pelo menos 10 anos.
Também no bairro do Guanabara, entre as ruas São Benedito e Primeiro de Maio, meter o pé na água nas vias alagadas faz parte da rotina. E aos desavisados, pedaços de madeiras são colocados nos buracos para evitar o risco de quedas já que, geralmente, estão encobertos pela água acumulada da chuva.
O jornal impresso DIÁRIO solicitou resposta às prefeituras, mas até o fechamento de sua edição, não houve retorno.
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