Na sexta-feira (17), um incêndio destruiu parcialmente um casarão na travessa Quintino Bocaiuva, entre as ruas Tiradentes e Aristides Lobo, no bairro do Reduto, em Belém. O fogo, que começou no final da noite, assustou moradores da vizinhança, trazendo à tona um problema recorrente na capital paraense: a situação de abandono e a deterioração de casarões.
Na manhã de ontem (20), a reportagem do DIÁRIO visitou alguns dos casarões em situação de abandono em Belém. No da Quintino, há árvores crescendo dentro da estrutura, garrafas de bebidas quebradas e até sandália. O aposentado Pedro Mendes, de 61 anos, destacou a problemática de pessoas em situação de rua que ocupam esses espaços.
“Os moradores de rua vêm, ficam por aí, tem aqueles que até fazem comida. Acho que a prefeitura deve tomar mais cuidado, notificar e, se necessário, demolir a casa ou fechar com um muro alto”.
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Mendes complementa: “esses casarões são parte da nossa história, mas estão sendo esquecidos. Além do perigo de incêndio, há o risco de desabamento. Algo precisa ser feito”, destaca.
Já na avenida Presidente Vargas, um prédio de 11 andares na esquina com a Senador Manoel Barata tem como cenário o vandalismo. Quase todas as janelas estão quebradas. José Pedro, 50, vendedor, diz que o lugar virou ponto de abrigo para uso de pessoas que furtam nas redondezas.
“Fora que parece que jogaram uma bomba aí dentro. Está tudo destruído. De vez em quando caem janelas e pedaços de pedra na calçada. Um tempo desses caiu uma janela inteira, por sorte sem atingir um carro. É um risco para quem transita por aqui”, avalia.
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O vendedor conta que já pediram para que medidas fossem tomadas pela prefeitura, mas a única saída foram os próprios trabalhadores do entorno fazerem algo. “A gente mandou fechar com um portão porque era horrível. Era morador de rua e alguns drogados que roubavam fios e queimavam lá dentro e era arriscado até pegar fogo”, afirma.
Descaso
A reportagem registrou ainda outros dois casarões em situação de abandono: um na avenida Nazaré, entre Benjamin Constant e Rui Barbosa, sem telhado, com uma estrutura de madeira segurando-o na parte da frente; e a antiga Casa do Estudante do Governo de Roraima, também na avenida Nazaré, com a porta aberta, além de árvore crescendo em torno.
Os relatos destacam a urgência de uma intervenção, preservação e revitalização desses espaços. A situação não apenas compromete a segurança pública, mas também ameaça a integridade do patrimônio cultural de Belém.
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