Para debater melhores práticas ambientais, sociais e de governança, Helder Barbalho, governador do Pará e presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL), participou da abertura do III Fórum ESG Salvador, ontem (22), na capital baiana. O evento contou com a presença de autoridades como o prefeito de Salvador, Bruno Reis, o ativista social Preto Zezé, cofundador da CUFA, a cantora Daniela Mercury, além de executivos do setor público, privado e da sociedade civil.
No encontro, cuja sigla inglês significa Environmental, Social and Governance, Helder Barbalho relembrou decisões importantes que o Estado tomou para preservar a floresta e gerar alternativas socioeconômicas diante de urgências ambientais.
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“Em 2019, começamos a construir um novo modelo para o uso sustentável da floresta, decidindo conciliar vocações, incluindo o melhor uso do território de floresta nativa. Isso nos fez reduzir o desmatamento em 50%. A regeneração do uso do solo foi outro pilar, tanto que somos os maiores produtores de cacau do Brasil. Também criamos o Plano Estadual de Mudanças Climáticas e, hoje, o Pará subsidia o plano nacional de bioeconomia, que está sendo confeccionado”, destacou.
Com a proximidade da realização da COP 30, em novembro de 2025 em Belém, Helder reforçou que, pela primeira vez, o maior evento de mudanças climáticas do mundo vai dialogar sobre a realidade ambiental na floresta Amazônica, e com os povos amazônicos.
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“Nossas decisões nos levaram a conquistar este simbolismo de fazer a COP na Amazônia. É uma quebra de paradigma, para que as pessoas possam conhecer a realidade da Amazônia, não pelo Google, mas com o pé no chão na floresta, para olhar no olho dos indígenas, nas periferias que querem também participar deste debate. Esta não é uma COP apenas de Belém e da floresta, é uma COP do povo brasileiro, que deve se mobilizar para a oportunidade de garantir os recursos para financiamento climático, recursos para soluções cidades sustentáveis. Nós não teremos os hotéis seis estrelas de Dubai. Que eles fiquem com este ativo. Eu prefiro ficar com as grandes árvores, com os grandes rios da Amazônia”, concluiu o governador.
FÓRUM
Outro assunto debatido no III Fórum ESG Salvador foi a valorização das potencialidades das favelas. A temática foi abordada pelo ativista cofundador da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé. “Precisamos construir um futuro mais inclusivo e de responsabilidade social para todos. Isso também é sustentabilidade”, disse.
Realizado pelo CORREIO e Alô Alô Bahia, o evento chega à terceira edição para fortalecer o conceito da possibilidade de negócios sustentáveis em toda cadeia produtiva, desde os micros e pequenos empreendedores até as grandes empresas.
Anfitrião do fórum, o prefeito de Salvador Bruno Reis, anunciou medidas de sustentabilidade para a capital baiana, como a criação de um grupo de trabalho de acompanhamento de mudanças climáticas, entre outras ferramentas.
“Em 2049, quando nós vamos completar 500 anos, a gente quer deixar de presente para a cidade, a neutralização do gás carbônico, por isso baixamos um conjunto de leis que vão permitir que Salvador, nos próximos anos, possa ser uma cidade melhor e tenha mais compromisso, melhorando suas práticas de governança”, declarou.
A abertura do encontro finalizou com a participação da cantora Daniela Mercury, que no discurso, declarou poesias, cantou perto do público e confirmou presença na COP 30, na capital paraense.
“Estarei lá, com certeza, lutando, porque não dá para pensar sustentabilidade sem democracia. Precisamos lutar pela revolução coletiva, dando oportunidades e encontrando soluções. Viva a floresta!”.
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