Na principal via da capital, os locais que deveriam servir de abrigo contra o sol e a chuva para usuários do transporte coletivo estão enferrujados, sujos, sem cobertura ou simplesmente não existem.
Seja de manhã, tarde ou noite na capital paraense, os usuários de transporte público enfrentam dificuldades constantemente relacionadas à mobilidade urbana da cidade. Ao longo da avenida Almirante Barroso, por exemplo, onde o fluxo de veículos e pedestres é intenso durante todo o dia, a falta de abrigos de proteção adequados nas paradas de ônibus tornou-se comum.
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Cada vez mais expostos a situações precárias de urbanização e cansados da atual situação, basta percorrer as vias para ouvir as reclamações da população. “Eu frequento essa parada diariamente, e nunca me senti segura aqui. Não tem iluminação, o que impede de me assaltarem?”, expõe Manuella Bittencourt, contadora.
De acordo com a profissional, no ponto entre as travessas Mauriti e Barão do Triunfo (sentido Entroncamento-São Brás), a situação dos pontos de ônibus da capital é fruto do descaso. “Tem dias que eu simplesmente não tenho onde me proteger da chuva, a coberta não impede ela de me atingir e, sinceramente, estou até evitando ficar debaixo por medo de desabar. Nem local para sentar tem e ninguém liga para isso”, afirma.
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Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), afirma que começou, desde o início de junho do ano passado, a implantar novas paradas de ônibus, mais modernas, feitas de aço inoxidável e acrílico, destinadas ao embarque e desembarque dos passageiros do sistema de transporte público.
Apesar disso, ainda existem diversos outros locais em que as cenas de descaso se repetem e a população continua prejudicada. “Aqui em São Brás já tem uns cinco anos que a cobertura daqui caiu e nunca foi feito nada. Quando chove é uma loucura, as pessoas correm para se abrigar e quando chegam aqui não tem cobertura nenhuma. Nossa cidade está largada às traças”, disse Isabel Lopes, estudante de psicologia.
Outro ponto que chama atenção é o que fica localizado na esquina da travessa Humaitá, na qual a parada de ônibus se configura em uma placa no poste. “Não tem coberta. A chuva costuma cair durante o final da tarde, justamente no horário que eu vou embora, então imagina olhar para cima, não ver uma proteção na parada e ter que se arriscar a correr para se abrigar na padaria, é desestimulante. Nem a calçada presta, tá cheia de buraco”, conta Esteffany Vitória, estudante de engenharia civil.
Menos da metade das paradas possui abrigo
A Semob informou ao Diário que, dos 1.513 pontos de paradas de ônibus no município, apenas 570 possuem abrigos, cuja implantação depende de requisitos como largura suficiente da calçada garantir a circulação de pedestres, não ser instalado em uma área tombada pelo patrimônio histórico ou sobre piso tátil para deficientes visuais, além de não estar em frente a garagens, entre outros critérios.
O órgão diz que até o momento, já foram implantadas novas paradas na rua da Municipalidade, no entorno da praça Waldemar Henrique; no canteiro central e na pista da direita da Marechal Hermes; na avenida Assis de Vasconcelos, em frente à Secretaria Estadual de Turismo; e na avenida Augusto Montenegro, em frente ao Parque Shopping.
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