O setor da construção civil no estado do Pará apresenta um panorama otimista. De acordo com pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada ontem (7), houve um crescimento significativo na geração de empregos formais no setor. Nos quatro primeiros meses de 2024, foram registradas 27.105 admissões contra 23.746 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 3.359 postos de trabalho.
O supervisor técnico do Dieese-PA, Everson Costa, destacou a relação direta entre o crescimento dos empregos e as demandas por obras relacionadas à COP30, além de outros fatores estruturais e conjunturais. “A preparação para a COP tem gerado uma intensa movimentação na construção civil, onde diversas obras de infraestrutura e serviços especializados estão em andamento”, afirmou Costa.
Entre os municípios com maiores saldos positivos na geração de empregos, o primeiro lugar no ranking aponta Canaã dos Carajás, com 1.222; Belém figura o segundo lugar com 822 novos postos no primeiro quadrimestre de 2024; e Parauapebas com 622. Costa ressaltou as políticas públicas e a movimentação imobiliária como fatores decisivos para esse desempenho.
Conteúdos relacionados:
- Município de Monte Alegre escolhe novo prefeito domingo
- Helder entrega novo serviço de ambulatório do HC em Belém
- Expo Eventos tem capacitação com foco na COP 30
“Belém tem se destacado graças a um conjunto de iniciativas que incluem obras públicas, especialmente voltadas para os investimentos da COP, criando um ambiente propício para a geração de empregos”, acrescentou.
O estudo do Dieese também revelou que, exceto pelo mês de janeiro deste ano, com menos 551 empregados, todos os meses seguintes apresentaram saldos positivos na geração de empregos. Fevereiro foi o destaque, com 7.296 admissões e um saldo de 1.771 postos de trabalho.
“Quando analisamos esses dados, fica evidente a presença de uma agenda pública de investimentos tanto nos âmbitos federais, estaduais quanto municipais, que inclui construção de, por exemplo, prédios e saneamento, o que contribui para o aquecimento do setor”, explicou Costa.
Além das demandas geradas pela COP30, outros fatores têm contribuído para esse crescimento. O cenário tem sido impulsionado por três agentes principais: construções de edifícios – como escolas, hospitais, parques, hotéis, obras de infraestrutura – outras ações por todo estado, e serviços especializados – como reparos e manutenções.
Além disso, Everson avalia que a redução na taxa de juros do setor imobiliário e programas federais, como o Minha Casa, Minha Vida, têm incentivado investimentos e consumo que, consequentemente, promovem um aquecimento no mercado. “A queda dos juros torna os financiamentos mais acessíveis, estimulando a compra de imóveis e, consequentemente, aumentando a demanda por novas construções”.
Para assegurar que o mercado no setor continue aquecido, o principal desafio é garantir mão de obra qualificada para sustentar esse crescimento. “É crucial que continuemos a investir na formação de profissionais capazes de agregar valor ao setor e, assim, assegurar um ciclo virtuoso de emprego e renda”, ponderou o supervisor. Para os próximos meses, a projeção do Dieese continua sendo otimista.
Quer ler mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp
“Esperamos que o setor da construção civil continue em expansão, principalmente com o fortalecimento da mão de obra local através de investimentos na capacitação profissional. A previsão do Produto Interno Bruto (PIB) estadual para 2027 é de, em média, um crescimento de 4,5%, o que reflete um cenário de continuidade nos investimentos e no desenvolvimento econômico”.
números
- l O quadro deste ano da movimentação do emprego formal no setor da construção no Pará estabelece janeiro com 5.429 admissões e 5.980 desligamentos, resultando em um saldo negativo de 551 postos de trabalho. Fevereiro mostrou uma recuperação com 7.296 admissões e 5.525 desligamentos, gerando um número positivo de 1.771. Março continuou a tendência positiva com 6.931 trabalhadores e 6.055 demitidos, saldo de 876. Abril manteve o crescimento com 7.449, contra 6.186 desligados, com saldo positivo de 1.263 postos.
- l Comparando o primeiro quadrimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, observa-se uma melhoria significativa. Em 2024, foram 27.105 admissões e 23.746 desligamentos, saldo de 3.359. Já em 2023, no mesmo período, foram 22.388 admissões e 23.050 desligamentos, resultando em um saldo negativo de 662 postos.
- l Ao analisar a movimentação por segmento no setor da construção no Pará, ainda no primeiro quadrimestre deste ano, destacam-se a construção de edifícios, com o emprego de 10.063 trabalhadores e desligamentos de 7.393, saldo de 2.670; as obras de infraestrutura, com 11.741 entradas e 11.250 desligamentos, saldo de 491. Já serviços especializados para construção tem ingresso de 5.301 trabalhadores e desligamentos de 5.103, com saldo de 198.
- l Em comparação com outros estados da Região Norte, entre janeiro e abril de 2024, o Pará lidera a geração de empregos formais no setor da construção, com saldo de 3.359, seguido pelo Amazonas, com 7.048 contratações e 6.092 demissões, diferença de 956. Tocantins registrou 4.532 admissões e 3.738 desligamentos, com saldo de 794 postos
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar