O setor de serviços é o que mais contrata mão de obra formal no estado do Pará. De ampla atividade, o segmento engloba serviços relacionados às áreas de saúde, vestuário, lazer, transporte e turismo, entre outros. O setor será o responsável por grande parte dos empregos gerados pela realização da Conferência das Nações Unidas (COP-30) na capital paraense, em novembro de 2025.
O setor de serviços foi um dos mais afetados durante a pandemia. Porém, entre janeiro e abril de 2024, o estado do Pará criou mais de 16,7 mil novas vagas de emprego formal, conforme informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse setor lidera o ranking da geração de empregos com 9.551 vagas, referente ao saldo positivo entre admissões e desligamentos.
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Atualmente, há um contingente de 415 mil pessoas formalmente empregadas em todo o Estado nesse setor, quase metade do número total de 965 mil pessoas empregadas com carteira assinada. De acordo com o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), Everson Costa, esses dados revelam uma cadeia importante no crescimento do estado.
“O setor de serviços se movimenta e, na medida em que ele gera postos de trabalho, acaba contribuindo para que aquele novo empregado, com seu salário, amplie a massa de consumo que vai demandar o comércio e o próprio setor de serviço. Ambos também vão buscar a indústria para fornecer aquele serviço ou produto, consequentemente ampliamos esse tripé do mercado de trabalho com novas oportunidades e mais rendimentos e o círculo virtuoso da economia acontece”, esclarece Costa.
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TENDÊNCIA
A tendência é que o setor registre novo índice de crescimento no segundo semestre de 2024. Isso porque o período inicia com a abertura das férias escolares, em que há um movimento forte do turismo interno com o deslocamento em massa aos balneários do estado. “Não é só a hospedagem e o transporte, mas, principalmente, a alimentação, como bares, restaurantes e pequenos negócios. Há um grande número de pessoas que acha nessa oportunidade uma forma de conseguir aumentar a sua renda nas férias escolares”, aponta o supervisor do Dieese-PA.
O investimento em obras e a implementação de locais de hospedagem devem turbinar os segmentos cultural e de turismo visando a COP-30, impactando na visibilidade do estado em relação ao turismo religioso, de negócios e ecológicos que já vem em tendência de crescimento.
“Já temos uma movimentação forte de postos de trabalho porque várias atividades já estão acontecendo até antes da COP. Com o anúncio dela, se intensificou a realização de seminários, congressos e outras discussões que antecedem o próprio evento, mas ainda veremos vários outros, que vão promover significativamente esse setor e o grande desafio é ter gente qualificada, com condições de dar a devolutiva de uma boa prestação de serviço”, finaliza Everson Costa.
Proprietário de um pequeno restaurante, na avenida Pedro Álvares Cabral, Henrique Albarada iniciou no ramo da alimentação há um ano e já sente a necessidade de expandir o negócio. Atualmente com quatro funcionários, ele também estuda uma forma de ampliar o número de colaboradores por conta da alta demanda pelas refeições.
“Quando a gente iniciou era eu, a minha sogra e a minha esposa. Hoje em dia tem quatro funcionários, sendo que nós precisamos de mais três. Estamos procurando um ponto maior para ficar melhor para a gente atender os clientes. Esse local acabou ficando pequeno para receber todo mundo”, disse o proprietário.
O reforço deve vir para auxiliar na demanda por delivery, que tem despontado cada vez mais. “A nossa venda tem aumentado cada vez mais no delivery e, por isso, vamos ter que contratar mais entregadores, já que atualmente só temos um”, revelou Henrique. De olho na COP, ele já se prepara para um possível aumento dos pedidos das refeições. “Eu já estou me preparando para receber esse pessoal que vem de fora, fazer anúncios no Instagram, Google e no Facebook para chamar esse pessoal para provar da nossa comida. Com um espaço maior dá pra aumentar um pouco mais a nossa margem de lucro”, finalizou.
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