O descarte irregular de lixo em Ananindeua cresce, com resíduos e entulhos se acumulando em calçadas, canteiros, acostamentos e terrenos abandonados, agravando ainda mais a situação devido à proximidade com áreas de movimento contínuo. Na tarde desta terça-feira (25), observou-se a situação que vem afetando a rotina de moradores e trabalhadores da região, especialmente na travessa D, próximo à travessa We 42, no bairro Coqueiro, onde o lixo está espalhado por toda a viela, seguindo até a We 43 e 44, com entulho em ambos os lados da via.
O acúmulo de resíduos representa uma séria ameaça à saúde pública, com a proliferação de doenças e a contaminação do meio ambiente. Em um canal que fica entre a Arterial 5-A e a avenida Independência, próximo a rua We 79, os problemas se repetem. O lixo ocupa parte da rua, formando um lixão a céu aberto por grande parte da extensão do canal. Lixo doméstico, plásticos, eletrodomésticos, madeira e entulhos de construção são alguns dos itens encontrados.
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A situação é igualmente grave na travessa We 35 com a travessa SN Dezenove, na Cidade Nova, onde também foram observados lixos domésticos, como restos de verduras e frutas, caixas, mato, materiais diversos como restos de compensado, atraindo além de moscas, como também moradores de rua que chegam até a se alimentar desses detritos. De acordo com relatos, um dos maiores descartes no local é proveniente de resíduos de restos de feira.
A autônoma Fátima Lopes, de 58 anos, relatou a dificuldade de conviver com o lixo acumulado próximo à sua casa na travessa We 35, onde mora há 21 anos. “Hoje eu acordei às 5h45 e já havia um rapaz despejando lixo, jogando 10 caixas de lixo. Uma vez, jogaram um cachorro morto, era uma podridão que ninguém aguentava”, compartilha.
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Ela conta que teve que fechar o ponto comercial que tinha na esquina da trav. SN Dezenove, porque a quantidade de lixo acabava impedindo os clientes de consumirem as comidas que vendia. “Parei de trabalhar na minha barraca por causa do lixo; e, além disso, por causa da quantidade de moscas e carapanãs, já teve gente aqui perto que pegou dengue por causa dessa lixarada. Antes eu questionava quem jogava, mas parei de reclamar porque algumas pessoas que despejam chegam até a nos ameaçar”, disse.
PROBLEMA
Ainda na mesma travessa, o pedreiro Marcos Oliveira, 43, que está trabalhando quase ao lado do lixo, contou que o problema só piorou ao longo da semana. “Já tiraram o lixo uma vez, mas ele persiste. Tem restos de comida, o odor é insuportável e atrapalha o trabalho e até a circulação das pessoas, que precisam passar pela rua porque as calçadas estão tomadas pelo lixo”, explicou.
Nádia Silva, 63, aposentada, moradora da TV 34 esquina com SN Dezenove, não conseguiu conter as lágrimas ao falar sobre a situação. “Na frente da minha casa, eu tento manter tudo limpo, mas vejo gente de fora despejando lixo aqui. Já pedi ajuda à prefeitura para recolher os resíduos após a poda das minhas árvores, mas eles não vieram. A irresponsabilidade das pessoas e a falta de fiscalização da prefeitura tornam a situação insustentável”, lamentou Nádia.
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