O primeiro trimestre de 2024 foi de alta no setor de bares e restaurantes. Considerando os dados do PIB Trimestral, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que o setor tenha alcançado um faturamento de R$ 107 bilhões nos primeiros três meses deste ano. E a projeção é de que até dezembro, o setor fature cerca de R$ 428 bilhões, um crescimento de 3,3% em relação ao ano passado.
A perspectiva positiva da associação considerou o aumento no consumo das famílias brasileiras no primeiro trimestre, que ficou em 1,5%, superando o crescimento geral de 0,8%. “O aumento na renda familiar brasileira se destaca entre os motivos que contribuem para a alta no movimento dos bares e restaurantes.
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Em 2023, a renda média domiciliar per capita (por pessoa) subiu a R$ 1.848 por mês, alcançando o maior patamar em uma série histórica de doze anos”, relaciona a Abrasel.
“Diversos fatores contribuíram para esta melhora. Entre eles, o aumento da renda domiciliar e a criação de vagas de emprego na sociedade. No caso específico dos bares e restaurantes, houve também o bom desempenho do Carnaval em muitas cidades, principalmente as mais turísticas”, informou a entidade.
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Em um cenário em que, segundo a Abrasel, o setor ainda lida com as consequências da Pandemia da Covid-19, as boas expectativas são motivo de alívio aos empreendedores à frente dos bares e restaurantes brasileiros. De acordo com a entidade, o cenário positivo deve se repetir em julho, impulsionado pelas férias escolares.
“O faturamento de bares e restaurantes tende a aumentar no mês de julho devido às férias escolares de meio de ano, principalmente nas cidades turísticas. Esse aumento é especialmente notável nas regiões litorâneas do Norte e Nordeste, onde o turismo se intensifica durante esse período. É possível projetar um crescimento significativo no faturamento, potencialmente entre 10% e 20%, dependendo da região e da atratividade dos destinos turísticos locais”, estima a Abrasel.
RECUPERAÇÃO
Proprietário do restaurante Ver-o-Açaí e da tap house (como são chamados os estabelecimentos especializados em cerveja) Ver-a-Cerva, Maurício Façanha percebeu, sobretudo no restaurante, um aumento na movimentação de clientes neste primeiro trimestre do ano.
“O restaurante, realmente, aqueceu muito na virada do ano. A gente sentiu mesmo que, desde a virada do ano e do Carnaval para cá, a gente teve um aquecimento grande no movimento. Em maio nós inauguramos outra loja e com o movimento também acelerado. Então, realmente, o movimento está muito bom”, avalia, ao considerar que a realidade é um pouco diferente quando analisado o movimento do bar.
“No bar, no Ver-a-Cerva, o primeiro trimestre ainda não foi muito bom. Eu circulo bastante e percebi que esse cenário se repetiu em Belém como um todo, principalmente em bares que trabalham com produtos com maior valor agregado”, diz.
Apesar do trimestre não tão positivo para o bar, Maurício destaca que o cenário já vem se modificando, apontando para uma boa recuperação neste mês de junho. “Só para ter uma ideia, no dia 18 desse mês nós já batemos o mesmo faturamento de todo o mês de maio. Então, a gente sentiu que esse mês a coisa está mais aquecida e eu tenho percebido isso no mercado mesmo, quando eu circulo pela cidade e tenho visto os bares mais movimentados”, avalia.
“Então, a gente espera que esse segundo semestre seja de recuperação. Estamos fazendo umas reformas no bar, estamos ampliando o salão de dentro, vamos colocar mais mesas justamente para pegar esse ‘boom’ de recuperação. Até porque, para mim, julho sempre foi um mês extremamente aquecido”.
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