A saúde pública de Ananindeua vai de mal a pior, principalmente para quem mora no bairro do Aurá e outros mais próximos que precisam de atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Mariguela. Os pacientes e acompanhantes denunciam as péssimas condições do local, que inclui equipamentos defasados, mau cheiro e até a presença de baratas.
O mototaxista Valentim Júnior procurou a unidade para tratar de uma doença e ficou internado no local, administrado pela Prefeitura de Ananindeua, por três dias. Nesse período, ele revelou que viu...
“Tive que assinar um documento e praticamente me expulsei da UPA por causa desse atendimento e da precariedade de tudo, banheiro imundo, e você não consegue fazer nada. No segundo dia, estava tomando medicamento, fui ao banheiro e me deparei com baratas”, disse.
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O mototaxista chegou a gravar um vídeo mostrando a precariedade da UPA e postou em suas redes sociais, o que lhe rendeu uma advertência da direção da Unidade no dia seguinte. No vídeo, ele relatava a sujeira e o calor.
‘É triste a situação desse ar condicionado, só sai vento, é um caos. As janelas dos quartos ficam abertas pra ninguém sentir calor. Teto, paredes sujas, está um caos a saúde”, desabafou.
Atualmente, os moradores que não possuem plano de saúde em Ananindeua são obrigados a recorrer as unidades desse porte e outras com menos recursos, apenas para cuidados imediatos. A cidade não dispõe de um hospital público.
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CALOTE
Na última semana, o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, que é médico, chegou a inaugurar um pronto-socorro, mas o local não pode funcionar ainda por decisão judicial. O motivo: o prefeito não pagou a totalidade do valor firmado na compra do imóvel. A Prefeitura de Ananindeua está sendo acusada de tentar aplicar um calote milionário nos proprietários do antigo Hospital Camilo Salgado, localizado no bairro do Coqueiro. Em 2021, o terreno, o prédio e todos os equipamentos do hospital foram desapropriados pelo prefeito Daniel Barbosa Santos, que prometeu inaugurar no local “o primeiro hospital público” da cidade.
Os antigos donos do hospital entraram com uma ação judicial contra a Prefeitura de Ananindeua, para que os mais de R$ 4 milhões fossem devolvidos à justiça e conseguiram ganhar. A Justiça determinou que o antigo Hospital Camilo Salgado seja devolvido ou que a inauguração do Hospital Municipal, que está sendo construído no imóvel, seja suspensa até que a dívida pendente seja quitada. O prefeito chegou a atribuir parte do caos na saúde da cidade aos donos do hospital, sem justificar que a Prefeitura não havia até agora resolvido o calote milionário.
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