Ao longo dos primeiros quilômetros da rodovia que liga Ananindeua à capital paraense, a presença de terrenos vazios e prédios sem destinação chama a atenção. Ainda que a movimentação de veículos e pessoas seja intensa no perímetro altamente urbanizado da BR-316, ao invés de comércios e serviços, o que se vê é uma quantidade considerável de construções sem uso ou subutilizadas. Verdadeiros vazios urbanos na principal rodovia do segundo município mais populoso do estado do Pará.
Ainda no início da rodovia BR-316, logo após o Complexo do Entroncamento, a grande construção que deveria abrigar um complexo de lojas e bares não passa despercebida. Ainda que, vista de fora, algumas poucas lojas ainda mantenham alguma atividade na Galeria BR, basta percorrer um perímetro maior seguindo a grade externa do prédio para constatar que boa parte da construção segue sem uso, inclusive com alguns entulhos e estruturas se soltando do forro interno.
POSTO VAZIO
Não é preciso ir longe para observar situação parecida em outro tipo de estrutura, na outra esquina da Rua Euclides da Cunha, o que se vê é a construção que, em algum momento, já abrigou um posto de combustível, mas que atualmente já não dispõe de bombas ou qualquer outra estrutura de atendimento.
OUTROS EXEMPLOS
Mais à frente, na esquina com a Rua Liberdade, uma construção também dá sinais de que há muito tempo não recebe movimento algum. O prédio segue rodeado por um mato alto, têm vidraças das janelas quebradas e as entradas lacradas com paredes de tijolos.
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Já no quilômetro 03, entre a Passagem Bons Amigos e a Rua Oséias Silva, o terreno tomado pelo mato e que se estende por todo o quarteirão é outro exemplo, ainda mais evidente, de um espaço que poderia ser bem aproveitado caso tivesse alguma destinação. Em vários trechos do grande terreno, que não deixa compreender se se trata de um único ou de vários proprietários, já nem existe mais a mureta que serviria para impedir a entrada de pessoas não autorizadas. Na frente, separando a calçada da rodovia do terreno em si, fica apenas uma longa fila de outdoors.
PARQUE AMBIENTAL
Já no bairro do Coqueiro, passando o Viaduto instalado no quilômetro 04 da rodovia, no sentido de quem se dirige de Ananindeua a Belém, até mesmo um espaço que deveria abrigar um espaço público apresenta a situação de total falta de uso.
No passado, o espaço chegou a abrigar o Parque Ambiental de Ananindeua Antônio Danúbio, administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ananindeua, mas hoje nem a placa de identificação é vista no local. Além do mato alto que se espalha tanto na calçada em frente, quanto na área interna do parque, o próprio acesso ao portão de entrada do imóvel está em situação de abandono. É preciso ter cuidado para não pisar em tábuas podres e que já começaram a ceder.
Seguindo o caminho de volta rumo ao Entroncamento, ainda é possível observar outros exemplos de terrenos sem uso, muitos com os muros parcialmente caídos, e de prédios inacabados ou sem qualquer uso.
Ao lado de uma unidade das Lojas Americanas, o que se vê é uma enorme construção que, apesar de cuidada – visto o mato capinado e os indícios da presença de um vigilante no local – segue sem qualquer serventia. Dono de uma banca de bombons instalada nas proximidades do local há 11 anos, o autônomo Orlando Silva, 62 anos, lembra que o prédio já foi utilizado para diferentes fins, mas nenhuma atividade vingou. “Teve uma época que funcionou uma choperia aí, depois um local onde acontecia shows, depois uma loja de computador, depois foi alugado para uma loja de carros, mas nada ficou. Tem bastante tempo que está assim sem nada funcionar”, recorda. “Tem um caseiro que fica aí, cuida de tudo, mas nada funciona. Se tivesse um comércio aí seria bom até para movimentar mais essa área”.
A reportagem solicitou um posicionamento da Prefeitura de Ananindeua sobre as situações relatadas nesta reportagem, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
PERIGO
Abandono é chamariz para presença de criminosos preocupação
A presença de estabelecimentos comerciais que não só atendam às pessoas que moram ao longo dos primeiros quilômetros da BR-316, mas que também movimentem a área, é desejada pelo operador de máquinas pesadas Manuel Alves, 56 anos. Ele, que circula pela rodovia com frequência, avalia que são muitos os terrenos abandonados ou prédios sem uso ao longo da BR. Tem muito terreno baldio, prédios que já foram usados para alguma coisa, mas que hoje estão parados. Isso é preocupante porque esses espaços chamam a atenção de quem quer fazer assalto, atacar as pessoas. O criminoso se esconde lá e fica só esperando alguém passar para atacar, é ruim”.
PARA ENTENDER
vazios urbanos
O termo é usado para se referir a diferentes estruturas que, apesar de instaladas em meio à cidade, não possuem nenhum uso, ocupação ou estão em situação de subutilização, não cumprindo nenhuma função.
Podem ser terrenos, lotes ou mesmo prédios desocupados e sem uso.
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