Ontem (01), familiares e amigos da biomédica Karina Santos, morta no fim de semana retrasado, em Ananindeua, realizaram um ato em memória da jovem, na Praça Waldemar Henrique. O protesto tinha o objetivo de cobrar celeridade às autoridades responsáveis pelo caso. Durante a ação, os conhecidos de Karina pediram por justiça pela vítima e caminharam juntos até a Praça da República, no centro de Belém.
“Aqui nós estamos pedindo por justiça. Estamos fazendo esse ato para que o poder público veja que queremos saber a verdade e queremos o culpado pelo assassinato da minha filha na cadeia. Estamos querendo chamar atenção para que a Karina não seja mais uma na estatística por feminicídio e não seja esquecida”, disse Solene Santos, 46, trabalhadora doméstica e mãe da Karina.
No último fim de semana, a biomédica Karina Santos Pinto, de 25 anos, foi morta após disparo de uma arma de fogo dentro do veículo do ex-namorado, o ex-policial penal Davi Pessoa, enquanto ele dava uma carona para a vítima. Na versão do ex-namorado, Karina teria atirado contra o próprio peito dentro do carro. O suspeito chegou a admitir, por meio do advogado, que o relacionamento dos dois era conturbado.
Karina morreu no domingo (25 de agosto) após dar entrada no Hospital Metropolitano, em Ananindeua. A polícia não detalhou as informações sobre a morte da jovem, mas afirmou que “o caso é investigado sob sigilo pela Delegacia de Feminicídio (Dfem), vinculada à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam)”.
A família da vítima não acredita na versão apresentada pelo ex-namorado. Segundo a tia de Karina, Fernanda Chagas, 46, a biomédica tinha terminado recentemente o relacionamento com Davi Pessoa, que insistia em procurar pela vítima na residência onde morava. Na sexta-feira (23) e sábado (24), a vítima esteve na casa do suspeito, tendo avisado a mãe onde estava e que voltaria para própria casa à noite, o que não aconteceu.
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Ainda conforme a familiar, após o término, Karina estava muito bem de saúde, fazia academia, aparentava ser uma pessoa feliz aos parentes, o que, segundo ela, não condiz com a informação de que ela teria tirado a própria vida.
“Até quando vão nos matar e ficar impunes? Eles nos matam, estupram, nos agridem e ficam por isso mesmo. Nós não vamos nos calar, vamos lutar por justiça porque queremos saber a verdade. Não estamos acusando ninguém, mas queremos saber apenas a verdade, queremos entender o que aconteceu”, afirma Fernanda.
A dona de casa Dilma Alves, de 62 anos, se solidarizou pela família de Karina e pediu justiça pela morte da vítima. Ela é mãe de Andreia Simone, morta em 15 de agosto de 2013, aos 29 anos, pelo ex-namorado que não aceitava o fim do relacionamento. A medida protetiva contra o até então suspeito não surtiu efeito. Depois de anos de luta pela condenação do ex-namorado de Andreia, ele foi condenado a 30 anos de prisão, mas já se encontra em liberdade.
A similaridade entre os casos foi o que fez a mãe de uma das vítimas de feminicídio apoiar a família e pedir justiça por Karina Santos. “Hoje eu quis vir para rua lutar com a família da Karina porque eu sei o que essa mãe está passando. Que esse caso não caia no esquecimento porque não foi só a minha filha e nem a filha dela, são muitas e muitas mães que perderam as suas filhas para essa mesma situação de violência feita por homens que acham que a mulher é propriedade deles”, declarou Dilma Alves.
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