A aviação comercial mundial passou por muitos problemas até atingir o patamar de segurança atual. No entanto, apesar disso, incidentes ainda são registrados, como o ocorrido com o voo da empresa aérea Voepass há menos de um mês, no dia 9 de setembro, em Vinhedo (SP), matando todos os 62 ocupantes a bordo.
Há 35 anos, um avião da extinta companhia aérea Varig se envolveu em um acidente gravíssimo, provocado por um erro primário que custou a vida de 12 pessoas das 54 a bordo, em uma rota curta, de Marabá, no sudeste do Pará, a Belém, capital do estado.
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O avião, modelo Boeing 737-200 partiu de Guarulhos (SP) e fez diversas escalas pelo Brasil até o destino final, que seria Belém. O voo 254 passou por Uberaba (MG), Uberlândia (MG), Goiânia (GO), Brasília (DF), Imperatriz (MA) e finalmente pousou em Marabá, última parada antes de seguir para a capital paraense.
No entanto, pouco antes de decolar ao fim da tarde de 3 de setembro de 1989, durante os procedimentos pré-voo, o piloto Cézar Augusto Padula Garcez cometeu um erro que foi crucial para que o acidente acontecesse: na hora de programar os instrumentos de navegação, o comandante se confundiu ao preencher a marcação 270,0º no equipamento, quando deveria ter programado 027,0º.
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Devido a este erro, o voo, que deveria ter seguido ao norte, para Belém, seguiu para oeste, em rumo totalmente fora do que deveria. Veja abaixo uma arte que traduz a direção tomada pelo avião devido a este erro:
Fora de rota e voando na escuridão da noite e da selva amazônica, o piloto só reconheceu o erro quando já estava distante de qualquer pista conhecida, resultando em um verdadeiro voo às cegas, com os instrumentos de navegação comprometidos e totalmente perdido depois de duas horas de viagem, a qual deveria durar apenas 48 minutos.
Em decorrência disso, o avião voou até consumir todo o combustível. Em pane seca, ele caiu sobre uma área de mata nas imediações do município de São José do Xingu, no norte do Mato Grosso, em um pouso de emergência.
Antes de cair, o piloto comunicou a situação de pane aos passageiros e tripulantes com uma frase que marcou a aviação nacional: "Deixamos a todos com a esperança de que isso não passe apenas de um susto para todos nós. Pela atenção, muito obrigado e que tenham todos um bom final”.
Como resultado do acidente, 12 pessoas morreram e os pilotos, comandante e copiloto, sobreviventes, foram julgados e condenados a 4 anos de prisão, convertidos em serviços comunitários. Eles nunca mais voaram na aviação comercial.
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