A capital paraense já está em pleno inverno amazônico. Com a chuva intensa, também surgem alguns transtornos, como alagamentos em diversas vias da cidade, desde o centro até a periferia. Na última semana, o DIÁRIO percorreu quatro bairros da capital e conversou com moradores e trabalhadores que moram ou trabalham em vias que, costumeiramente, costumam alagar e ouviu histórias de como a população se prepara para este momento para evitar que a água entre nas casas.
Um ponto que inunda com frequência é a área da esquina da Avenida João Paulo II com a travessa Angustura, no bairro do Marco. No salão de beleza que fica na área, a cabeleireira Catilene Ribeiro, 45 anos, explica que nesta semana teve uma chuva tão forte que arrastou carros na Angustura e a água ficou na altura do para-brisa dos carros. Catilene afirma que ela e as demais funcionárias do estabelecimento ficaram assustadas com as cenas. “É muito rápido que a água sobe. Entrou até aqui no salão. Os carros enchem de água. Trabalho aqui nesta área há 20 anos e sempre foi assim”.
Há quem gaste para proteger o local da água, como é o caso da comerciante Zenaide Vasconcelos, 76, que tem um ponto comercial na avenida Conselheiro Furtado, entre as travessas Guerra Passos e Barão de Mamoré, no bairro Guamá. Conforme explica a comerciante, a água sobe tanto neste trecho da Conselheiro Furtado que foi preciso construir um batente na entrada do estabelecimento para evitar que a água invada o espaço.
“Moro há 50 anos aqui e sempre é assim. Mandamos colocar esses batentes nas portas para que a água não entre, porque quando chove a água sobe mesmo”.
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O mesmo cenário também é observado no bairro da Cremação. Na rua dos Pariquis esquina com travessa Quintino Bocaiúva, o ponto de inundação já é um velho conhecido de quem precisa transitar a pé ou por veículo na área. O enfermeiro Rodrigo Almeida, 28, explica que os alagamentos neste ponto são constantes quando chove e que presencia a situação desde os 18 anos no perímetro quando começou a dirigir.
“Sempre alaga essa parte e o jeito para chegar em casa é tentar vias alternativas até chegar onde quisermos. Com os alagamentos, tudo aqui para e é um transtorno”.
BARREIRA
A situação das chuvas é bastante preocupante também para a população que mora em frente aos canais. No canal da travessa Pirajá, no bairro da Pedreira, o cozinheiro Leandro Tavares, 37, diz que quando a chuva é muito forte, a água transborda do canal, invade a rua e, consequentemente, entra nas casas, causando prejuízos para quem perde, por exemplo, algum tipo de móvel. Morador da travessa há dois anos, ele afirma que desde sempre viu a situação prejudicar pessoas na área.
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“Quando enche a rua e precisamos entrar em casa, não tem como. A gente tem que esperar a água baixar. Tem gente que deixa o carro até em locais altos porque se deixar na rua a água entra”.
Ainda no Canal da Pirajá, o gerente comercial Francisco Júnior, 38, mora desde quando nasceu na travessa e já perdeu vários móveis devido ao alagamento da via com as chuvas. Para evitar prejuízos e dores de cabeça com os transtornos causados com a invasão da água na casa, o Francisco construiu, há três anos, uma comporta metálica de 1,1 metro de altura por três metros de comprimento, pesando cerca de 20 quilos, que é colocada em frente ao portão da residência em dias de chuva. A estrutura tem acabamento de borrachas que vedam a entrada da água da rua.
“Uma vez fui em São Paulo numa região de comércio que alagava com as chuvas. Vi essa estrutura em várias lojas e resolvi construir uma igual. Com isso, paramos de perder nossos móveis e evitamos ter aquele cheiro de vala dentro de casa”.
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