Realizar exames médicos regulares, conhecidos como check-up, vai muito além de uma formalidade. Trata-se de uma medida preventiva que pode identificar doenças em estágios iniciais e evitar complicações mais sérias. O médico clínico geral Hélio Franco, técnico da Coordenação Estadual de Saúde da Criança da Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa), reforça que o check-up nada mais é do que “checar” e começa com uma anamnese detalhada para ser seguida de exames físicos completos.
“Há uma ideia de que é fazer exames direto; mas primeiro o paciente vai até o serviço de saúde para verificar como as coisas estão a partir de ‘como você está do ponto de vista físico e mental?’, fazendo uma avaliação”, afirma. Após, o paciente será encaminhado, prioritariamente, para os exames capazes de revelar desde alterações simples, como deficiências de vitaminas, até condições mais graves, que podem estar em estágios iniciais.
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“Geralmente são direcionados, inicialmente, a fazer os exames dos órgãos do sentido – visão, audição, olfato, paladar e tato –, exames de pele e verificação da pressão arterial”, diz.
Outros exames que podem ser feitos anualmente e separadamente, segundo o médico, são os check-ups odontológico e de oftalmologia, com o exame de “fundo de olho” para diagnosticar e monitorar doenças como glaucoma, e a verificação de refração para identificar e medir problemas de visão para quem tem astigmatismo, miopia e hipermetropia.
Além disso, Franco destaca a importância de personalizar o check-up conforme a faixa etária e sexo. Mulheres em idade fértil, por exemplo, devem realizar exames preventivos como papanicolau e mamografia, enquanto homens precisam rastrear doenças como câncer de próstata. Já pessoas acima de 60 anos devem ter a atenção redobrada para a pesquisa de sangue oculto nas fezes, fazendo um exame de colonoscopia, por exemplo.
“É importante também evitar excessos desnecessários. Por isso, é crucial alinhar os exames com as necessidades do paciente e guardar históricos para comparações futuras”, alerta. E, conforme Franco, é nesse momento que entram os direcionamentos e orientações.
“Se no primeiro passo o clínico percebeu a necessidade de avaliação auditiva, ele encaminha para o otorrinolaringologista e fonoaudiólogo; se é físico, checar, por exemplo, a questão pulmonar e cardíaca; se é anemia, encaminhar para um nutricionista”, aborda.
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A periodicidade ideal para realizar o check-up é de uma vez por ano, mas em alguns casos, pode ser necessário encurtar esse intervalo. “Pessoas com fatores de risco, como hipertensos e diabéticos devem ter acompanhamento mais próximo, com mais de dois check-ups. Ele não só previne, mas também ajuda a detectar doenças que ainda não apresentaram sintomas, como o câncer”.
EXPERIÊNCIAS
A artesã Carmem Lúcia Freitas, 54, realiza o check-up anualmente, mesmo sem plano de saúde. “Tenho acompanhamento regular, mas ainda espero atendimento para um problema na coluna. Faço o possível para manter minha saúde em dia, porque é complicado demais depois; fiz meus últimos exames em novembro do ano passado”, relata.
Brenda Mota, 32, descobriu recentemente que pode estar em fase inicial de diabetes. “Não tinha o costume de fazer exames anuais, confesso. Mas foi no ano passado, em junho, que percebi a importância de exames regulares. Desde então, faço dieta e monitoro a saúde com mais cuidado. A gente só procura o médico quando algo está errado, mas deveria ser diferente”.
Para Everaldo Silva, aposentado de 70 anos, a dificuldade financeira tem sido um obstáculo. Ele admite que não realiza um check-up há dois anos, desde que precisou cancelar o plano de saúde. “Quando fazia, sempre detectava algo, como colesterol e triglicerídeos altos”.
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