Saiba como fazer lancheiras naturais e saudáveis

O lanche escolar deve ser o mais natural e minimamente processado possível. Com a rotina corrida, muitos pais e responsáveis optam por encher as lancheiras dos filhos com produtos industrializados, mas isso pode comprometer a saúde das crianças. Isso porque essa refeição é essencial para o desenvolvimento da faixa etária e deve conter alimentos variados, além de água e sucos. Isso garante não só uma boa alimentação, mas o reforço de práticas saudáveis em todas as idades.

De acordo com Lívia Martins, nutricionista clínica e materno-infantil, uma lancheira saudável tem que ser variada e balanceada para atender as necessidades nutricionais das crianças. Isso inclui a presença de macronutrientes essenciais, carboidratos, proteínas, vitaminas e uma ou mais fontes de hidratação. Isso porque as crianças, assim como os adultos, precisam consumir alimentos de todos os grupos alimentares, priorizando aqueles in natura e minimamente processados.

De forma geral, o lanche infantil precisa conter carboidratos complexos, responsáveis por fornecer energia de forma gradual, como os pães integrais, bolos de farinha integral ou aveia, biscoitos integrais, de preferência produtos caseiros. Já as fontes de proteínas, como os iogurtes naturais, queijos magros, ovos e patês caseiros de frango ou atum, são importantes para o crescimento e desenvolvimento dos tecidos. As frutas, por sua vez, são ricas em vitaminas, fibras e minerais também importantes para o desenvolvimento da criança, bem como no bom funcionamento do sistema imunológico e do trato gastrointestinal.

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Boas opções de frutas incluem aquelas que possuem uma casca de proteção como a maçã, banana, uva e o morango. Além disso, é necessário priorizar o consumo de gorduras boas, que auxiliam no desenvolvimento cerebral infantil, isso inclui as oleaginosas (castanhas), as sementes (chia e linhaça) e o abacate, uma fruta rica em gorduras boas.

HIDRATAÇÃO

É de extrema importância pensar na hidratação, sendo a água uma prioridade na lancheira das crianças, seguida pelo suco natural integral sem açúcar ou adoçado minimamente para maiores de dois anos.

Segundo a nutricionista, o lanche no intervalo das aulas é uma importante refeição para alimentação e desenvolvimento das crianças e, por isso, não deve ser negligenciado. “Uma boa dica é colocar as frutas cortadas em formatos divertidos para atrair a atenção da criança, assim como utilizar potinhos coloridos. É importante oferecer alimentos que são preparados em casa, como muffins de aveia, pastinha de abacate, pães integrais, pastinha de grão de bico, patês mais nutritivos e envolver a criança na hora da preparação da refeição dela. Sempre que possível, pode deixar os alimentos já preparados previamente congelados e ir tirando durante a semana”, recomenda Lívia.

Em contrapartida, alimentos processados e ultraprocessados não devem estar presentes na lancheira escolar. Conforme a especialista, os primeiros são aqueles que passaram por alguma alteração, como adição de açúcar ou sal para aumentar a durabilidade e melhorar o sabor.

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Já os ultraprocessados não são considerados alimentos. São produtos industrializados que passam por etapas de misturas de ingredientes artificiais com alta quantidade de sódio, aromatizante, açúcar e aditivos, não recomendado o consumo em nenhuma fase da vida.

Por serem muito palatáveis, as crianças tendem a gostar do sabor mais acentuado desses produtos, principalmente em relação ao doce. Mas a contraindicação é clara: crianças não devem consumir processados e ultraprocessados. Ao invés disso, é preciso que os pais as incentivem ofertando alimentos naturais de todos os grupos alimentares, principalmente na primeira infância.

“Esses produtos seriam os doces industrializados, como as balinhas, que têm alto teor de açúcar e podem causar picos de glicemia e, logo após, quedas abruptas da glicose. Esses industrializados podem favorecer o risco de obesidade e diabetes tipo dois. Os biscoitos recheados entram nessa lista porque contêm alta quantidade de gordura trans e sódio, prejudicando a saúde cardiovascular. As bebidas é preciso evitar a todo custo os sucos artificiais em pacote ou aqueles de caixinha por conter muito açúcar e corante artificial. Em caso de refrigerantes, a recomendação é zero”.