Basílica de Nazaré: obra de restauração deve ir até junho

A obra de restauração e requalificação da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré chegou na sua quinta etapa. Essa é a primeira vez que o monumento histórico, cultural e religioso passa por uma reforma total de sua estrutura durante os 116 anos de existência. A reforma está orçada em mais de R$8 milhões e inclui as dimensões internas e externas do prédio. O término da obra está inicialmente previsto para junho deste ano.

O projeto de restauração da Basílica de Nazaré foi contemplado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, também conhecida como Lei Rouanet, em janeiro de 2019. Teve lançamento em 2020, mas logo foi paralisada devido a pandemia de Covid-19. As obras iniciaram apenas em novembro de 2023, após um período de homologação. Atualmente, a empresa Link da Amazônia é a executora da restauração do prédio.

A obra está dividida em cinco etapas internas que ocorrem simultaneamente com o funcionamento do templo religioso. A atual e última fase do restauro engloba toda a parte da frente da igreja, onde está localizado o transepto, o altar principal e os laterais, onde estão concentrados os esforços da reparação do forro, limpeza, reintegração volumétrica, estrutural e pictórica. As demais etapas, que envolveram as laterais direita e esquerda e a nave, já foram concluídas.

“Hoje, já estamos lá dentro com a parte de forro concluída, ainda na semana passada, inclusive os douramentos, e estamos descendo para fazer o trabalho nas paredes, capitéis e cariolas, que são pinturas artísticas que imitam pedras naturais. Estamos fazendo a limpeza, recomposição e reconstituição de ornatos que foram perdidos ou danificados em molduras. Junto com isso nós estamos fazendo a cripta, que está na fase final, na parte dos acabamos com a instalação de luminárias. E estamos fazendo a recuperação da parte externa da cobertura”, explicou Marcos Oliveira, engenheiro responsável pela obra de restauro.

Com mais de 110 anos, a Basílica de Nazaré tem uma estrutura de concreto armado, mais moderna em relação às demais igrejas históricas do centro de Belém. Essa característica confere uma certa facilidade ao trabalho de restauro, devido à proximidade das técnicas da construção civil contemporâneas. Mas também apresenta diversos desafios, já que ela foi construída por meio de diversas técnicas ao longo de cerca de 20 anos.

“A Basílica é mais moderna em relação a Catedral e a Igreja de Santo Alexandre, levou de vinte a trinta anos para ser concluída e a tecnologia foi se alterando. Nós encontramos uma diversidade de técnicas de execução, de materiais, do altar para fora é uma diversidade bastante grande. A gente vai alterando conforme a necessidade, vamos recompondo os materiais que encontramos, e outros que são mais modernos, mas que não têm uma boa eficácia, é estudado para fazer uma composição parecida que dê o mesmo resultado”, afirmou o engenheiro da obra.

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EXPECTATIVA

• A restauração da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré é um marco importante para o monumento, já que é a primeira vez que passa por uma recuperação total da estrutura. O aposentado José Maria Braga, 69 anos, e a esposa Angela Braga, 66, relatam que a reforma deixou o templo religioso ainda mais bonito. Isso porque com o tempo alguns detalhes da nave ficaram apagados e, agora reformados, estão mais “acesos” e suntuosos. Tamanha beleza reforça a expectativa pela entrega do altar principal, que eles também acreditam que vai ficar muito mais bonito.
• “Eu estou com 69 anos e é a primeira vez que eu vejo uma reforma em geral. A Basílica está realmente muito bonita. Tinham muitos detalhes que estavam apagados e agora está muito brilhante, bem dourado, está valendo a pena. A gente olha a nave e vê que já está muito bonita, imagine só quando o altar ficar pronto”, disse José. “Está muito bonito com esse dourado bem aceso. Acho que teve uma valorização muito bem feita de todas as cores. Agora eu tô ansiosa para ver o resultado do altar, deve ficar lindo”, relatou Angela.

• Frequentadora da Basílica Santuário, Jurema Amaral, de 48 anos, também estava surpresa com a beleza da reforma. Para ela, a restauração segue um movimento de valorização do patrimônio histórico brasileiro. “A Basílica é um ponto turístico da nossa cidade e a gente como paraense só tem a ganhar com a reforma. Eu venho aqui e vejo que está ficando muito bonito, realçou as cores, os detalhes. Agora a gente entra, senta para rezar e dá para reparar em tudo reformado”, disse a dona de casa.
• Caminhando pela igreja, Neide Batista, de 57 anos, observava todos os detalhes já reformados. De olhos vidrados nas paredes e no teto, ela relatou que os reparos deram um “novo ar” à Basílica, local onde visita frequentemente. “Eu entrei e vi que essa parte do centro está toda reformada, tá lindo, tá mais bonito do que já era. Eu acho que isso é muito importante porque valoriza a nossa cultura e chama a atenção tanto dos moradores quanto dos visitantes. Quando o altar ficar pronto vai ficar mais lindo ainda”, afirmou a cuidadora de idosos.