
O choro de um bebê pode significar muitas coisas: fome, sono, desconforto e por aí vai. Mas, no caso de Lorenzo Ferreira Macedo, de apenas quatro meses, ele carrega também o desespero de uma família que luta diariamente para garantir sua alimentação. Diagnosticado com APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca) quando tinha apenas um mês de vida, o pequeno não pode consumir leite materno nem qualquer fórmula comum. Seu único alimento seguro é o Neocate, que custa quase R$ 300 (unidade da lata).
A mãe Katiuscia Ferreira tentou de tudo para continuar amamentando, adaptou sua alimentação, cortou qualquer traço de leite da dieta, mas nada foi suficiente. Lorenzo seguia sofrendo com dores, crises de choro, diarreia e reações alérgicas severas. A única alternativa foi recorrer à fórmula especial. Porém, a cada semana, segundo ela, três latas são consumidas, gerando um custo de quase R$ 4 mil por mês — um valor impossível de arcar sem ajuda, já que Lorenzo depende exclusivamente da fórmula para continuar se desenvolvendo de forma saudável.
Uma espera angustiante
Katiuscia e seu marido Júnior, que são moradores de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, já conseguiram a aprovação para receber o leite pelo Governo Federal, mas o benefício ainda não foi liberado. O prazo pode chegar a 45 dias, tempo que parece interminável para quem precisa alimentar um bebê. Enquanto isso, os pais fazem o que podem: organizam rifas, pedindo ajuda, cortando gastos, mas o medo de não conseguir comprar a próxima lata é constante.
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Veja como ajudar
Diante desse desafio, qualquer ajuda pode fazer a diferença. Quem puder contribuir pode doar latas da fórmula Neocate ou fazer um PIX para [email protected] (no nome de Katiuscia Macedo Ferreira). Para mais informações ou outras formas de apoio, o contato é pelo WhatsApp (91) 98627-5030.
Direito ao fornecimento de fórmulas especiais pelo SUS
Famílias com crianças diagnosticadas com APLV devem recorrer ao Governo para solicitar o fornecimento gratuito das fórmulas especiais. O programa de distribuição é de responsabilidade da Secretaria de Saúde de cada estado, e o processo pode variar conforme a localização.
Abaixo, um guia passo a passo e os contatos das Secretarias de Saúde estaduais para quem precisa de informações em outras regiões.
Como pedir as fórmulas especiais?
Passo a passo:
- Consulta médica: Vá a um Ambulatório Regional de Especialidades e peça para o médico preencher a Ficha de Avaliação para fornecimento de fórmulas infantis especiais.
- Documentação médica: Apresente duas cópias do atestado médico (carimbadas e assinadas) e xerox dos exames que comprovam a necessidade do uso da fórmula.
- Documentação do responsável e da criança:
- Cópia da certidão de nascimento da criança
- Cópia de um comprovante de endereço atualizado
- Cópia do RG e CPF dos responsáveis ou CNH
- Cartão SUS: Apresente uma cópia do Cartão Nacional de Saúde (SUS). Caso ainda não tenha, faça o pré-cadastro no Portal de Saúde do Cidadão e finalize em uma unidade de cadastramento.
O prazo médio para liberação da fórmula é de 30 dias. Em casos urgentes, pode ser solicitada uma prescrição médica emergencial. Se você é do Pará, entre em contato para dúvidas: (91) 3212-5000 ou 0800-280-9889
Se estiver em outro estado, consulte a Secretaria de Saúde da sua região:
- Acre: 0800-647-0404 ou (68) 3215-2784
- Alagoas: 0800-284-1945
- Amapá: (96) 3212-6257
- Amazonas: (92) 3643-6300
- Bahia: (74) 3541-3070
- Ceará: (85) 3101-5123
- Distrito Federal: 160
- Espírito Santo: (27) 3636-8300
- Goiás: (62) 3201-3479
- Maranhão: (98) 3218-8700
- Mato Grosso: (65) 3613-5300
- Mato Grosso do Sul: 0800 647 0031
- Minas Gerais: 162
- Paraíba: (83) 3218-7475 ou 0800-083-5000
- Paraná: (41) 3330-4300
- Pernambuco: (81) 3184-0000
- Piauí: (86) 3221-5214
- Rio de Janeiro: 0800 025 55 25
- Rio Grande do Norte: (84) 3232-7432 / 2666 / 2802
- Rio Grande do Sul: (51) 3212-2015
- Rondônia: (69) 3216-5284
- Roraima: (95) 2121-0501
- Santa Catarina: (48) 3221-2000
- Sergipe: (79) 3226-8311
- Tocantins: (63) 3218-1700
E se o SUS negar o fornecimento da fórmula?
Caso o pedido seja recusado, a família pode recorrer judicialmente. O primeiro passo é solicitar a justificativa por escrito e, em seguida, buscar orientação de um advogado especializado em saúde.
Se o município ou estado não tiver a fórmula disponível, também é possível entrar com uma ação judicial para exigir o fornecimento. Ter registros das tentativas de solicitação e um laudo médico detalhado aumenta as chances de sucesso.
O acesso a fórmulas especiais para bebês com APLV não é apenas uma necessidade médica, é um direito garantido por lei. As famílias que enfrentam essa realidade precisam estar informadas e amparadas para garantir a saúde e o bem-estar de seus filhos.
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