Estudo aponta potencial expansão de 20 km para o transporte de Belém

Um novo estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Ministério das Cidades identificou o potencial de expansão do sistema de transporte público de Belém.

Segundo o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), a capital paraense tem condições técnicas para ampliar em 20 quilômetros sua rede de transporte coletivo de média e alta capacidade até 2054.

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De acordo com o levantamento, caso a expansão seja implementada, a rede de transporte público coletivo de Belém passaria dos atuais 30 km para 50 km de extensão, representando um crescimento potencial de 65% na infraestrutura existente.

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O estudo projeta que o número de passageiros diários poderia praticamente dobrar, saltando dos atuais 298,7 mil para aproximadamente 581 mil pessoas.

A pesquisa sugere que a expansão incluiria principalmente sistemas de Bus Rapid Transit (BRT) e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), modalidades que têm se mostrado eficientes em outras regiões metropolitanas do país.

Indicador PNT mostra potencial de melhoria no acesso

Um dos principais benefícios identificados pelo estudo seria o aumento significativo no indicador PNT (People Near Transit), que mede o percentual da população que reside em um raio de até 1 km de estações de sistemas de transporte público.

Segundo a pesquisa, em Belém esse indicador poderia saltar de 17,1% para 29%, uma melhoria que demonstra o potencial de democratização do acesso ao transporte coletivo.

O indicador, criado pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), considera sistemas de BRT e trilhos, sendo uma métrica internacional reconhecida para avaliar a eficiência dos transportes urbanos.

Impacto social e econômico

O ministro das Cidades, Jader Filho, enfatizou que os números refletem o potencial de desenvolvimento de Belém.

"Um transporte coletivo eficiente, moderno, sustentável, seguro e mais ágil impacta positivamente a vida do trabalhador e estimula que mais pessoas deixem os carros em casa e optem por transportes alternativos. isto é planejamento ordenado", destacou.

Por sua vez, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que o investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida, especialmente das populações mais carentes.

Indicador RTR e comparação internacional

Outro indicador que seria impactado, segundo o estudo, é o RTR (Rapid Transit to Resident), que compara a população urbana com a extensão das linhas de transporte coletivo.

Com a hipotética implantação completa da Rede Futura, o RTR de Belém passaria de 13 para 18, aproximando-se de cidades como Lisboa (15,3) e Bogotá (14,3).

O projeto de Belém faz parte de uma iniciativa mais ampla que prevê a expansão de 2.500 km de redes de transporte público coletivo em 21 regiões metropolitanas brasileiras. A pesquisa avaliou 400 planos e projetos, dos quais quase 200 têm demanda suficiente para implementação nos próximos 30 anos.

Benefícios ambientais e urbanos projetados

Além dos benefícios diretos para a população, o estudo indica que a expansão do transporte coletivo em Belém poderia contribuir para a redução do número de acidentes, diminuição das emissões de poluentes e gases do efeito estufa, além do melhor uso do espaço público urbano.

Entre junho e agosto, o foco do ENMU será a elaboração do Banco de Projetos, com detalhamento dos quase 200 projetos de transporte coletivo que compõem as Redes Futuras. Esta etapa incluirá estimativas de investimentos, custos, receitas, benefícios e avaliações econômicas e financeiras preliminares.