
Nesta quarta-feira (23), a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) reuniu representantes do setor produtivo, autoridades públicas e empresários para anunciar medidas voltadas à ampliação do acesso ao crédito e debater os impactos das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. O encontro, presidido por Alex Carvalho, presidente do Sistema FIEPA, contou com a participação do governador Helder Barbalho.
Durante a reunião, um levantamento técnico elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da FIEPA (CIN) e pelo Observatório da Indústria do Pará revelou preocupações com as medidas protecionistas dos EUA. O estudo aponta que o Pará é o oitavo maior exportador brasileiro para o mercado norte-americano, com saldo positivo de US$ 103 milhões. Em 2025, os EUA já despontam como o segundo maior destino das exportações paraenses.
Caso o Brasil opte por aplicar a Lei da Reciprocidade, haveria uma queda de 2,81% nas exportações do estado, equivalente a uma perda de R$ 306 milhões; redução de 0,28% no PIB estadual (cerca de R$ 973 milhões); e eliminação de mais de 5 mil postos de trabalho.
O governador Helder Barbalho alertou para o risco de respostas precipitadas à política tarifária americana e defendeu prudência na aplicação da reciprocidade. “Precisamos ter serenidade para evitar que a reação do Brasil agrave ainda mais os impactos econômicos e sociais”, disse.
Helder sugeriu a criação de um grupo de trabalho formado por representantes dos setores mais afetados, juntamente com entidades como FIEPA, FAEPA, ACP e Sebrae, para construção de estratégias e alinhamento com o Governo Federal. O governador também informou que o Fórum de Governadores está articulando uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, com o objetivo de apresentar a posição dos estados sobre o tema.
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Um dos principais anúncios foi o lançamento do projeto Soluções em Crédito, fruto de um termo de cooperação firmado entre a FIEPA e a Sampa Capital Brasil Associados. A iniciativa visa facilitar o acesso a recursos financeiros para empresas vinculadas aos sindicatos da federação.
Outro ponto de destaque foi a assinatura do contrato entre a FIEPA e o Instituto Amazônia +21 para operacionalização da Facility de Investimentos, que tem como objetivo destravar recursos para projetos ligados à economia verde. “Esse é o primeiro instrumento para transformar o potencial da floresta em valor real para a população. São 30 milhões de brasileiros na Amazônia que precisam de oportunidades”, destacou Marcelo Thomé, presidente da FIERO e diretor do Instituto Amazônia +21.
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