
O clima muito quente, aliado às fortes chuvas de verão, afasta o público das ruas — sem contar o clima de férias que ainda perdura — e causa dificuldades aos comerciantes. Porém, alguns negócios, mesmo em épocas de baixa, não sentem tanto os efeitos do período. Vendedores de comidas típicas têm relatado uma certa normalidade no movimento, o que se deve à tradição estabelecida ao longo de anos.
Max Pompeu hoje cuida do Tacacá da Dona Maria, fundado por sua mãe, em um ponto na avenida Nazaré, perto da entrada do Colégio Marista. “São 50 anos no mesmo local, né? Já é uma tradição. A gente sente que diminui durante as férias, mas não é muito. Cada cliente que vem aqui tem um tipo de gosto. Nós já temos nossos clientes que são fixos, não tomam em outro lugar, só aqui”, relata.
Ele conta que a mãe sempre teve talento para o preparo de alimentos e aprendeu a equilibrar a acidez do tucupi, deixando-o mais suave sem perder o sabor. Max prefere manter o cardápio tradicional, o mesmo há 50 anos. “Aqui a gente preza pela qualidade, esse é o nosso jeito. A gente também prefere a tradição. Se você observar, as coisas tradicionais da terra estão se acabando, está mudando. Tem uma galera que muda, mistura as receitas. É uma nova visão, mas eu não pratico assim”, avalia.
Carla Vieira, 56, e Dirce Vieira, 85, são frequentadoras assíduas do Tacacá da Dona Maria há muitos anos. Carla, filha de Dirce, conheceu o espaço ainda na época da escola, quando estudava no Marista. Desde então, mãe e filha mantêm o hábito de visitar o local. “Não tem tacacá melhor. Dos que eu já provei, esse é o melhor de todos”, afirma Carla. “É muito gostoso, concordo que seja o melhor. Não posso nem falar muito porque estou de boca cheia”, brinca Dirce.

PEDREIRA
Outro ponto de sucesso é o Tacacá da Flávia, no bairro da Pedreira. A história do local começa em 1989, quando o marido de Flávia, Daniel Mendonça — na verdade, o fundador do estabelecimento — perdeu o emprego. Na juventude, ele havia trabalhado com uma tacacazeira muito famosa dos anos 1970 em Belém: a Mãe Judite. Em um momento de dificuldade, anos depois, decidiu emular a receita e os segredos ensinados por Judite, criando o Tacacá da Flávia.
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“Ele estava desempregado, aí a gente precisava sobreviver, né? Quando era criança, adolescente, ele trabalhou com uma tacacazeira muito boa em Belém. Já sabia tudinho, como se cozinhava do jeito certo, e resolveu investir”, conta Cecília Cordeiro, filha de Daniel e Flávia. Na época, ela era criança e cresceu em meio ao novo negócio, que deu certo. Hoje, a empresa tem mais duas filiais.
Cecília afirma que o fato de o pai ter escolhido o nome da esposa para o carrinho não é a única prova de amor envolvida no sucesso do negócio. “A gente se dedica muito ao nosso trabalho, entendeu? A gente tem que fazer sempre o melhor. Tudo aqui envolve amor. Eu acho que o reconhecimento dos clientes veio por isso. Todo esse esforço gerou uma grande qualidade para o produto”, avalia.
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