
Nesta quarta-feira (06), a sede da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) recebe o lançamento do livro “Parque da Cidade: um sonho de Nelson Chaves que virou realidade”. A obra, escrita pelos jornalistas Mauro Bonna e Beth Mendonça, com edição da publicitária Luly Mendonça, resgata a história de um dos projetos urbanísticos mais importantes da capital paraense, com origem em mais de 10 horas de entrevista, desde sua ideia, nos anos 1980, até sua execução sob a gestão do governador Helder Barbalho.
Mais do que um registro documental sobre o novo ponto turístico de Belém, o livro é também uma homenagem ao ex-deputado estadual, ex-vereador e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PA), Nelson Chaves, idealizador da proposta de transformar a área do antigo aeroclube em um grande parque urbano. A ideia, lançada por Chaves há 36 anos, se concretizou recentemente com a inauguração do Parque, um espaço que tem sido amplamente frequentado por famílias e já é considerado um marco para o lazer e a qualidade de vida em Belém.
Com cerca de 200 páginas, fotografias inéditas e uma narrativa envolvente, o livro valoriza não apenas o projeto urbanístico, mas também o legado de visão e persistência de Nelson Chaves. A obra também se integra às comemorações e às melhorias estruturais promovidas na cidade para sediar a COP30, reforçando a importância do Parque da Cidade no contexto ambiental e social da capital.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
- Documentos, saúde e mais: ação oferta serviços gratuitos no Parque da Cidade
- Parque da Cidade permanece aberto até o dia 17 de agosto
O livro conta com apoio cultural da Alepa e do TCE-PA, e simboliza o reconhecimento institucional à contribuição de Chaves para o desenvolvimento urbano de Belém. Em visita a RBA, Camilo Centeno celebrou o lançamento do livro e a homenagem a Nelson Chaves pelo projeto. “Ele é o grande idealizador, o responsável por esse sonho concretizado que beneficia milhares de pessoas. A cidade está em festa, e essa publicação é um tributo merecido à sua trajetória”, destacou o presidente do Grupo RBA.
Camilo Centeno também agradeceu e disse estar honrado em receber o convite para o lançamento do livro. “É uma alegria enorme participar desse momento. Receber o Dr. Nelson Chaves aqui é uma honra. Ele é uma pessoa respeitada por todos e que construiu, ao longo da vida, uma trajetória marcada por contribuições valiosas ao nosso Estado”, afirmou Centeno.
DOCUMENTO HISTÓRICO
Mauro Bonna, autor do livro, relembra que a ideia de documentar a criação do parque surgiu a partir da própria curiosidade do público. “Muita gente me perguntava como surgiu, como apareceu o Parque da Cidade, como foi essa luta. E aí eu comecei a gravar. Foram mais de 10 horas de entrevistas para compor essa história”, conta o jornalista.
O projeto só ganhou força nos últimos anos com o apoio político necessário para sair do papel. “Ele tentou em várias instâncias realizar o parque e não conseguia, até que o deputado Chicão, então presidente da Alepa, vestiu a camisa. A partir daí, tudo começou a acontecer”, relata Mauro. “Hoje temos um espaço quatro vezes maior que o Bosque Rodrigues Alves, com potencial para se tornar um dos maiores símbolos verdes da cidade”, completa.
Outro ponto fundamental para a realização do parque foi a Conferência do Clima da ONU (COP 30), que será sediada em Belém em novembro. Bonna destaca que a realização da COP e a construção do parque se retroalimentaram: “Se não fosse a COP, talvez o parque não saísse; e se não fosse o parque, onde seria a COP? A Praça Batista Campos? Não caberia. Foi tudo muito sincronizado”.
O livro será vendido por um valor simbólico de R$ 20 durante o lançamento. Toda a arrecadação será revertida em benefício da Associação dos Voluntários no Apoio Oncológico (Avao). “Não é uma publicação comercial. A cobrança simbólica é uma forma de organizar a distribuição e evitar que uma pessoa leve vários exemplares, além de ajudar uma causa nobre”, explica Mauro Bonna.
Quer mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsApp
PARQUE DA CIDADE
Em entrevista, o engenheiro Nelson Chaves relembrou a origem da proposta que resultou em um dos maiores espaços de lazer da capital paraense. Ele contou que a semente da ideia surgiu de forma espontânea, durante uma breve interinidade à frente da Prefeitura de Belém, quando era presidente da Câmara Municipal.
“Uma jornalista me perguntou o que eu faria se fosse prefeito de mandato. E eu respondi, quase como um estalo: ‘Eu pensaria em construir um parque urbano no lugar do aeroclube’”, relembra. A ideia, segundo ele, teve origem em experiências anteriores como engenheiro, atuando no aterramento de áreas alagadas em Belém, como o atual Conjunto Promorar. “Ficou encravado na minha memória o potencial daquele espaço.”
Com forte apoio da imprensa e da sociedade civil, a proposta começou a ganhar força. No entanto, enfrentou diversos entraves ao longo de mais de três décadas, especialmente por envolver uma área do governo federal sob responsabilidade da Infraero. “Tratei com todos os governadores, prefeitos, escrevi para dois presidentes da República. Só não falei com o Papa”, brinca Chaves. Em 2015, ele reuniu mais de 150 pessoas em um encontro no Hotel Gran Mercure para apresentar o projeto à sociedade, e ali recebeu um vídeo de apoio do então ministro Helder Barbalho, hoje governador do Estado.
A viabilização do parque só se concretizou após a eleição de Helder para o governo do Pará. “Ele não desmentiu o ministro que foi”, lembra Chaves, destacando o papel do atual governador em destravar a transferência da área junto ao governo federal. A oficialização aconteceu já no governo do presidente Lula, ainda no primeiro semestre de 2023, e o projeto passou a ser executado com base em um processo licitatório.
Para Nelson Chaves, o Parque da Cidade vai muito além de um espaço de lazer. “Está no artigo 6º da Constituição: lazer é direito social, assim como saúde e educação”, afirma. Ele destaca ainda o impacto positivo do parque para o bem-estar da população, incluindo a saúde mental e a integração social. “Lá a gente vê gente de todas as classes, de todas as idades. Isso é um ganho espetacular para Belém. A cidade precisava disso. Esse projeto só virou realidade porque deixou de ser meu. Ele passou a ser de todos nós”, concluiu.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar