
Novas informações aprofundam as suspeitas contra Daniel Santos (PSB), que foi afastado do cargo de prefeito de Ananindeua por determinação do Tribunal de Justiça do Pará. A decisão faz parte da Operação Hades, deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), que apura um esquema de corrupção, fraude em processos licitatórios e lavagem de dinheiro na administração municipal.
Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em um apartamento de alto padrão localizado na avenida Beira-Mar, em Fortaleza, investigadores encontraram um documento que reforça os indícios de uso indevido de recursos públicos. Trata-se de um termo de recebimento de imóvel que confirma a aquisição de uma unidade no condomínio Origem Fortim, no litoral do Ceará. O documento está em nome da Agropecuária J D EIRELI, empresa da qual Daniel Santos é sócio-administrador.
CONTEÚDOS RELACIONADOS
- VÍDEO: Daniel Santos ostenta relógios de R$ 3 milhões e apê de luxo em Fortaleza
- MPPA investiga esquema que usava dinheiro da prefeitura para comprar bens de Daniel
- Daniel Santos é afastado da prefeitura de Ananindeua em investigação do Ministério Público
O material encontrado, que inclui também o manual do proprietário do imóvel, indica que a compra foi realizada em março deste ano — período em que as investigações da Operação Hades já estavam em curso. O condomínio é conhecido por seu alto padrão de luxo, com unidades anunciadas por valores que ultrapassam R$ 3 milhões. Localizado em Fortim, a cerca de uma hora e quarenta minutos de Fortaleza, o empreendimento oferece estrutura exclusiva, segurança reforçada e ampla área verde à beira-mar.
A documentação levanta ainda mais questionamentos sobre o possível uso de dinheiro público para aquisição de bens pessoais. De acordo com o MPPA, essa não seria a única compra suspeita relacionada ao ex-prefeito. Ele também é investigado por utilizar empresas contratadas pela prefeitura de Ananindeua para custear parcelas de uma aeronave, adquirir propriedades rurais em Tomé-Açu e manter uma coleção de relógios de luxo, estimada em R$ 3 milhões, que foi apreendida em outro imóvel, também na capital cearense.
O Tribunal de Justiça do Pará determinou ainda o bloqueio de R$ 131,8 milhões em bens vinculados a Daniel Santos e à empresa da qual é sócio, como forma de resguardar valores que possam ter sido desviados dos cofres públicos. Além das suspeitas de enriquecimento ilícito, surgiram denúncias de que Daniel tentou organizar uma manifestação paga em sua defesa, oferecendo transporte gratuito e dinheiro aos participantes para simular apoio popular.
O Ministério Público segue investigando as origens dos recursos utilizados nessas aquisições, enquanto reforça seu compromisso com a transparência e a responsabilização de agentes públicos que eventualmente se beneficiaram de esquemas ilegais de enriquecimento. A Operação Hades continua em andamento, com desdobramentos que ainda podem alcançar outras figuras envolvidas na administração municipal.
Acesse também o Diário do Pará para mais informações.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar