
O Comando Operacional Conjunto Marajoara, criado pelo Ministério da Defesa, está promovendo um dos maiores treinamentos de defesa digital do mundo. O Exercício Guardião Cibernético 7.0 (EGC 7.0) acontece entre os dias 15 e 19 de setembro, com atividades simultâneas em Brasília (na Escola Superior de Defesa) e em Belém (no Comando Militar do Norte).
A ação prepara o Brasil para proteger suas estruturas durante grandes eventos internacionais, como a COP30, que será realizada na capital paraense em novembro de 2025. O EGC 7.0 reúne representantes das Forças Armadas, órgãos governamentais, setor privado e academia em uma operação conjunta de simulações. O objetivo é testar e aprimorar a resposta nacional a ataques cibernéticos, especialmente em setores essenciais como energia elétrica, comunicações, transportes, saúde, finanças e meio ambiente.
Segundo o general de divisão Correa Filho, comandante de Defesa Cibernética, o mesmo sistema usado nas reuniões do G20 e do BRICS no Rio de Janeiro foi trazido para Belém. “Durante o BRICS, enfrentamos até três ataques por segundo, mas nenhum foi bem-sucedido. É esse sistema testado que estamos trazendo para a COP30”. Ele ressalta, no entanto, que na área cibernética nada é 100% garantido. O objetivo é manter serviços essenciais funcionando mesmo sob ataque.
A Amazônia tem suas peculiaridades. “Aqui focamos na infraestrutura essencial para a realização do evento, reduzindo a superfície de ataque. Mas as empresas locais, em geral, são menores, com menos recursos. Então precisamos apoiá-las mais, com treinamento, capacitação e orientação”, afirmou. Esse apoio vem sendo construído há mais de um ano, e o exercício atual é considerado o coroamento desse processo de preparação.
Entre os alvos mais comuns em grandes eventos, o general destacou o sistema elétrico – considerado prioritário porque, ao ser comprometido, derruba os demais serviços; sistema de abastecimento de água e combustível; hospitais e sistema de saúde.
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Aeroporto
- A Norte da Amazônia Airports (NOA), concessionária responsável pelo Aeroporto Internacional de Belém, também integrou o treinamento. Gustavo Reis, do setor de TI da empresa, destacou a importância da colaboração:
“O objetivo aqui é estar todo mundo conectado e trocando informações sobre segurança. Os modos de ataque são ilimitados, então o importante é estar preparado para responder rapidamente”. Segundo ele, o exercício permite entender como lidar com diferentes tipos de ataque e como acelerar a recuperação dos sistemas.
- Criado em 2018, o Exercício Guardião Cibernético começou com foco nos setores financeiro e nuclear. Desde então, cresceu em abrangência e complexidade, ampliando a participação de órgãos públicos, empresas privadas e universidades.
- Em sua 7ª edição, o EGC é um pilar fundamental para a proteção cibernética do Brasil em eventos globais – e reafirma o compromisso do país com a segurança digital e a defesa da Amazônia como patrimônio mundial.
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