
O Pará recebeu, na última sexta-feira, 10, a primeira remessa do fomepizol, medicamento indicado para o tratamento da intoxicação por metanol. O fármaco foi enviado pelo Ministério da Saúde e é considerado o antídoto mais eficaz contra os efeitos tóxicos da substância, que pode causar danos neurológicos graves, cegueira e até a morte.
A entrega faz parte de uma aquisição nacional de 2,5 mil ampolas realizada pelo governo federal, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A distribuição entre os estados segue critérios populacionais e situações de urgência.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), o medicamento ficará armazenado nas Centrais de Abastecimento Farmacêutico e será disponibilizado às unidades hospitalares conforme a demanda clínica. O uso do fomepizol é regulamentado pelo Ministério da Saúde e só pode ser administrado sob supervisão médica.
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A diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica da Sespa, Larisse Oliveira, ressaltou a importância da rápida disponibilização do antídoto. “A administração precoce é indicada diante de suspeita clínica ou confirmação diagnóstica, especialmente quando há sintomas compatíveis com o quadro tóxico. O tratamento inclui o uso do antídoto específico e suporte intensivo em unidades especializadas”, explicou.
A médica infectologista Vânia Brilhante, do Núcleo de Gestão e Estratégia em Segurança do Paciente (NEGESP/Sespa), reforçou a necessidade de acompanhamento médico rigoroso. “Esses metabólitos são os principais responsáveis pelos efeitos graves da intoxicação, como cegueira, falência de órgãos e até óbito”, destacou. “O medicamento é aplicado por via intravenosa no hospital. A primeira dose é administrada no início do tratamento, seguida de novas doses a cada 12 horas por alguns dias, dependendo do quadro clínico e dos exames laboratoriais”, acrescentou.
O fomepizol age bloqueando a enzima álcool desidrogenase, responsável por transformar o metanol em substâncias altamente tóxicas, como o formaldeído e o ácido fórmico. Ao inibir essa conversão, o antídoto reduz os danos ao organismo e aumenta significativamente as chances de recuperação do paciente.
Atualmente, o Pará não registra casos de intoxicação por metanol, mas a vigilância permanece ativa. A Sespa segue as diretrizes do Ministério da Saúde e atua de forma integrada com os demais entes do Sistema Único de Saúde (SUS), órgãos de controle e sociedade civil, com foco na prevenção e resposta rápida a possíveis emergências.
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“A chegada do fomepizol ao Pará representa um avanço importante na nossa capacidade de resposta a situações de emergência relacionadas à intoxicação por metanol. Embora não tenhamos casos registrados atualmente, é fundamental estarmos preparados para agir de forma rápida e eficaz. O medicamento será armazenado com segurança e estará disponível para as unidades de saúde conforme a necessidade, garantindo um atendimento qualificado à população, como orienta o Ministério da Saúde”, afirmou a secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Vaz.
Com a remessa, o estado fortalece a estrutura de resposta rápida a intoxicações químicas graves e se mantém em alerta para proteger a saúde da população.
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