Eles não vestem fardas nem usam distintivos, mas o trabalho que realizam é fundamental para a segurança de grandes eventos. Com olfato milhões de vezes mais apurado que o humano, os cães farejadores da Polícia Federal e de unidades especializadas das Polícias Militares de vários estados desembarcaram em Belém para participar das operações que antecedem a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para ocorrer em novembro de 2025.
Os animais — treinados para detectar explosivos, armas e outras ameaças — farão parte do grupo de elite responsável por garantir que autoridades, delegações internacionais e participantes possam circular com segurança durante o evento. É o início de uma mobilização que transforma a capital paraense em um dos centros mais vigiados e monitorados do mundo.
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Os cães integram uma unidade especializada em detecção de ameaças explosivas, atuando em conjunto com agentes humanos em varreduras preventivas em aeroportos, portos e locais de grande circulação. Eles serão empregados em pontos estratégicos de Belém, como o Aeroporto Internacional, o Porto de Outeiro — que receberá navios de cruzeiro durante a conferência — e na Base Aérea, onde está previsto o desembarque de chefes de Estado e autoridades estrangeiras.
Além da Polícia Federal, participam da operação conjunta as Polícias Militares do Distrito Federal, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná, com apoio das PMs de Goiás, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Amapá e Roraima. O trabalho é coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP).
Cada cão atua sob a supervisão de um condutor treinado, com quem mantém laços de confiança e comunicação. “Eles são nossos parceiros mais atentos. Nada escapa ao faro de um cão bem preparado”, comentou um agente da PF que participa da missão, destacando que os animais passam por anos de adestramento e recondicionamento olfativo antes de serem empregados em operações desse porte.
Plano de segurança da PF para a COP30
Desde o início de outubro, a Polícia Federal colocou em prática um plano operacional especial para a COP30, que deve reunir um número recorde de delegações internacionais. O evento exigirá um esquema de segurança inédito na Amazônia, com 1.200 servidores federais, entre policiais e administrativos, mobilizados para atuar antes e durante o encontro climático.
O plano se baseia em três eixos centrais:
- Diplomacia e recorde de delegações: Belém receberá países com agendas e visões distintas, exigindo ações coordenadas e protocolos de segurança diplomática complexos.
- Liberdade de manifestação: a PF atuará para proteger tanto as autoridades quanto os movimentos sociais, garantindo a livre expressão sem comprometer a ordem pública.
- Logística reforçada: além do reforço na imigração e fiscalização de portos e aeroportos, a PF mantém equipes especializadas em crimes cibernéticos, terrorismo e contramedidas antibombas, áreas nas quais os cães farejadores terão papel de destaque.
Segurança e simbolismo
Mais do que garantir segurança, a chegada dos cães também simboliza o compromisso do Brasil em oferecer uma COP segura, eficiente e respeitosa às pautas ambientais e sociais. O faro aguçado desses animais será uma das ferramentas essenciais para proteger a conferência e todos os que virão à Amazônia em busca de soluções climáticas globais.
Em meio à mobilização de centenas de profissionais, são os cães quem, silenciosamente, darão o primeiro passo — ou melhor, o primeiro farejo — na proteção de um dos eventos mais importantes do planeta.
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