O aumento de escorpiões em áreas urbanas não é mero acaso: ele acontece quando o ambiente oferece tudo o que o animal precisa para se instalar. Fendas, umidade constante, acúmulo de materiais e insetos circulando criam o cenário perfeito para que o aracnídeo encontre abrigo e alimento.
Segundo o biólogo Matheus Fernandes Viola, doutor em ecologia, a solução passa por uma mudança de postura. “Quando deixamos de oferecer condições favoráveis, os acidentes diminuem de forma significativa”, afirma.
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As “4 As”: a estratégia que reduz encontros com escorpiões
O método mais eficaz para afastar o aracnídeo se resume a quatro pilares, acesso, abrigo, alimento e água, uma lógica já usada no manejo de outras pragas urbanas. Baratas e insetos agem como presas; os escorpiões, como predadores oportunistas. Ambos, porém, dependem das mesmas falhas no ambiente para permanecer.
1. Acesso: fechar entradas e impedir a chegada do animal
A primeira medida é dificultar a entrada. Rachaduras, soleiras mal vedadas, tubulações abertas e ralos sem proteção funcionam como portas de acesso. A recomendação é instalar telas milimetradas, vedar conduítes e eliminar frestas entre as áreas externas e internas.
No quintal, o princípio é o mesmo: manter o terreno organizado e sem montes de materiais reduz a aproximação.
2. Abrigo: eliminar esconderijos no entorno e dentro da casa
Depois de limitar o acesso, é preciso reduzir os locais onde os escorpiões se escondem durante o dia. Telhas, tijolos, entulho, folhas secas e fendas em muros fornecem o ambiente úmido e protegido que eles buscam.
Dentro das residências, recomenda-se afastar camas das paredes, manter roupas e calçados fora do chão e inspecionar pontos úmidos como áreas de serviço e espaços sob pias.
3. Alimento: controlar insetos que servem de presa
Sem insetos, o escorpião não fica. Por isso, controlar baratas e outros artrópodes é essencial. Limpeza frequente, manejo adequado do lixo e vedação de ralos ajudam a cortar o alimento disponível. Viola reforça que surtos de escorpiões geralmente estão ligados ao descontrole de pragas menores.
4. Água: diminuir a umidade que favorece a permanência
O último pilar é retirar a umidade do ambiente. Corrigir vazamentos, secar áreas molhadas, evitar água acumulada e usar tampas de ralo eficientes são medidas simples que evitam que o local se torne atraente ao aracnídeo.
O efeito conjunto das quatro ações
Nenhuma dessas medidas, isoladamente, resolve o problema. O especialista destaca que o resultado aparece quando acesso, abrigo, alimento e água são manejados simultaneamente, tornando o ambiente pouco convidativo para a praga.
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Viola lembra ainda que o uso de produtos químicos deve ser a última alternativa, sempre realizada por profissionais. “Aplicações inadequadas podem gerar desequilíbrios e até aumentar o risco de acidentes”, afirma.
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