Após COP30, mais de 168 mil estudantes retomam aulas 

O retorno às aulas na Grande Belém amanheceu com cheiro de normalidade. Depois de semanas marcadas por mudanças logísticas, ruas cheias de visitantes e uma cidade funcionando em ritmo internacional por causa da COP30, Belém, Ananindeua e Marituba retomam, nesta segunda-feira (24), o compasso habitual: o burburinho das mochilas, o reencontro entre amigos e a retomada da rotina escolar de mais de 168 mil estudantes da rede estadual.

O ajuste no calendário, que dividiu as férias em dois períodos - parte em julho e outra entre 5 e 21 de novembro - foi uma medida planejada pelo Governo do Pará para reduzir impactos durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. A intenção foi garantir mobilidade, segurança e um funcionamento mais fluido da cidade, sem comprometer os 200 dias letivos previstos na legislação.

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Além da rede estadual, escolas municipais e particulares das três cidades também retornam neste mesmo dia, alinhadas ao decreto estadual que organizou o calendário escolar excepcional. Nos demais 141 municípios paraenses, as aulas já haviam sido retomadas em 31 de julho, seguindo programação própria, já que não foram diretamente afetados pelo evento.

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ENEM EM DATAS DIFERENCIADAS

O período pós-COP30 também traz definições importantes para quem vai enfrentar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em Belém, Ananindeua e Marituba, as provas ocorrerão em datas diferenciadas: no dia 30 de novembro, os estudantes farão linguagens, códigos e tecnologias, ciências humanas e redação; no dia 7 de dezembro, será a vez das questões de ciências da natureza e matemática.

Segundo o Painel do Enem, são mais de 289 mil inscrições no Pará, incluindo 34 mil autodeclarados pretos, dois mil indígenas e mais de 63 mil concluintes do ensino médio público.

ACOLHIMENTO E ORGANIZAÇÃO

Enquanto o calendário é readequado, as escolas estão prontas para acolher seus estudantes. Na Escola Estadual Aldebaro Klautau, por exemplo, a diretora Rosiana Garcia coordenou reorganização estrutural, pedagógica e de equipe, para garantir que o retorno seja motivador, especialmente para os alunos que farão o Enem.

"Nosso objetivo é receber cada estudante de forma acolhedora e organizada. Reestruturamos salas, ajustamos a equipe pedagógica e planejamos estratégias específicas para apoiar aqueles que vão enfrentar o Enem. Queremos que todos se sintam motivados e seguros, retomando a rotina escolar com confiança e foco nos estudos", afirma.

ANSIEDADE E EXPECTATIVA

Para muitos alunos, a volta às salas de aula mistura ansiedade e expectativa. Depois de uma pausa incomum, o reencontro com professores e colegas funciona como um respiro - um retorno à normalidade que também reorganiza a vida da cidade.

A previsão é que, em 2026, o calendário escolar volte a ser unificado em todo o Pará. Até lá, Belém segue ajustando seus passos depois da conferência que colocou a capital paraense no centro das discussões climáticas do planeta, mas que agora dá lugar à rotina de cadernos, quadros e corredores cheios novamente.