Em um período marcado pelo aumento das síndromes respiratórias em crianças, o Pará começa a aplicar um novo reforço para proteger os recém-nascidos: a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), enviada pelo Ministério da Saúde em um lote inicial de 33.050 doses. O imunizante, gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), será destinado exclusivamente a gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, estratégia que antecipa a proteção dos bebês ainda no útero.
A coordenação estadual de imunizações explica que a medida é fundamental para reduzir casos de bronquiolite e pneumonia, doenças que historicamente pressionam UTIs pediátricas durante o período mais chuvoso da região. Especialistas lembram que, ao ser vacinada, a gestante transmite anticorpos diretamente ao feto, garantindo defesa imediata no momento do nascimento.
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Especialistas reforçam eficácia da estratégia materna
Para autoridades da saúde infantil, a chegada do imunizante representa um avanço importante na prevenção de complicações respiratórias nos primeiros meses de vida, fase em que o VSR costuma causar os quadros mais severos. Técnicas da área ressaltam que a vacinação materna fortalece o pré-natal e reduz de forma expressiva o risco de infecções que levam a internações e até óbitos entre recém-nascidos.
A proteção também se soma às ações já adotadas no Estado desde 2013, quando foi iniciado o uso do Palivizumabe para grupos de maior risco. A previsão é que, a partir de 2026, o Nirsevimabe, aplicado em dose única, amplie ainda mais a rede de proteção, incluindo bebês que não receberam anticorpos pela via materna.
Distribuição rápida para os municípios
Após o desembarque no Pará, as doses passam por conferência técnica e registro interno antes da liberação. Em até 48 horas, o lote segue para os Centros Regionais de Saúde, responsáveis por repassar imediatamente o imunizante aos municípios. A expectativa é de que gestantes na fase final da gravidez possam ser vacinadas sem atraso, ampliando a proteção antes do período de maior circulação do vírus.
A inclusão da vacina no calendário do SUS foi viabilizada após acordo de tecnologia entre o Instituto Butantan e o laboratório responsável. Na rede privada, o imunizante pode ultrapassar R$ 1,5 mil, fator que reforça a relevância da oferta gratuita pelo sistema público.
Impacto direto na redução de internações
O VSR é apontado como causador de 75% dos casos de bronquiolite e cerca de 40% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Estudos mostram que a vacinação materna pode atingir cerca de 82% de eficácia na prevenção de quadros graves nos primeiros três meses de vida, período considerado o mais crítico.
Além disso, a proteção reduz hospitalizações, necessidade de UTI pediátrica e complicações que podem se estender pela infância.
Quem deve receber a vacina
A dose é indicada para todas as gestantes a partir de 28 semanas, com aplicação única por gestação. O imunizante pode ser administrado no mesmo dia das vacinas de influenza e covid-19, o que facilita a atualização do calendário vacinal no pré-natal.
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Com a distribuição já em andamento, a orientação é que as gestantes procurem a Unidade Básica de Saúde mais próxima para garantir a proteção antecipada de seus bebês diante de um dos vírus respiratórios que mais preocupam pediatras em todo o país.
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