O jornalista Geovany Dias, de 32 anos, escreveu um capítulo histórico para o jornalismo paraense e brasileiro ao vencer o Emmy Award, uma das mais importantes premiações da televisão e do jornalismo nos Estados Unidos.
Natural do distrito de Mosqueiro, em Belém, Geovany foi reconhecido na categoria Melhor Cobertura Jornalística por uma série de reportagens investigativas que resultaram na prisão do xerife do Condado de Osceola, na Flórida, por envolvimento com o crime organizado. A premiação consagra um trabalho de alta complexidade e impacto público, voltado à responsabilização de autoridades e ao fortalecimento da democracia.
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Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e mestre em Jornalismo e Estudos da Mídia pela Universidade Estadual do Alabama, Geovany mora nos Estados Unidos desde 2017 e atua profissionalmente no país desde 2018. Ao longo da carreira, acumulou cinco indicações ao Emmy entre 2022 e 2025, sendo duas na mesma categoria em que conquistou a estatueta.
“Essa cobertura teve impacto direto na responsabilização de autoridades públicas e no debate sobre corrupção institucional. Sinto-me honrado em receber este Emmy após algumas indicações. É uma vitória minha, da minha família em Mosqueiro e em Belém. Encerro 2025 muito grato, com um verdadeiro presente de Natal antecipado”, afirmou o jornalista.
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Do factual à estatueta
O trabalho que levou Geovany ao Emmy começou em 2023 e se estendeu por cerca de quatro meses de investigação. A equipe jornalística apurou, por meio de fontes, a existência de um mandado de prisão contra o xerife e foi a única a acompanhar o momento da detenção. As reportagens revelaram que o oficial mantinha acordos com donos de cassinos ilegais em diferentes regiões da Flórida, em troca de pagamentos que somariam centenas de milhares de dólares.
Segundo Geovany, o diferencial da cobertura esteve no rigor extremo do processo jornalístico. “Falávamos de um alto integrante do sistema de segurança pública, com forte apoio comunitário e cargo eletivo. Cada informação precisava ser checada com absoluto cuidado, pois qualquer erro poderia gerar consequências legais. Ainda assim, o compromisso com o público falou mais alto”, explicou.
Para ele, o caso reforça o papel do jornalismo na democracia. “Xerifes são eleitos, e a sociedade deposita confiança nessas autoridades por meio do voto. Informar é essencial para que essa confiança seja preservada ou questionada”, pontuou.
Orgulho paraense, amazônida e latino
A vitória no Emmy vai além do reconhecimento profissional. Geovany concorreu em igualdade com jornalistas norte-americanos, em uma categoria que não é voltada a produções estrangeiras. Para ele, a conquista carrega um forte simbolismo.
“Levo o Pará e Mosqueiro comigo todos os dias. Não seria quem sou sem minhas raízes, sem o apoio da minha família e da comunidade da ilha. Esse prêmio reafirma que profissionais latino-americanos (especialmente da Amazônia) podem e devem ocupar espaços de destaque no cenário internacional”, destacou.
Ao olhar para o futuro, o jornalista espera que sua trajetória inspire outros profissionais do Norte do Brasil. “Acreditar, arriscar-se e ocupar espaços. Espero que mais talentos de Belém e do Pará confiem em si mesmos. Podemos e devemos lutar pelo nosso lugar”, concluiu.
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