Ontem pela manhã, as mais de 500 famílias que ocupavam as casas e lotes do conjunto residencial Porto Laranjeiras, no bairro do Tenoné, foram surpreendidas com a chegada de policiais militares, policiais federais, bombeiros e guardas municipais de Belém. O forte aparato foi montado para cumprir o mandado de desocupação da área expedido pela juíza Luciana Said Daibes Pereira, da 1ª Vara Federal.
A desocupação começou pouco depois das 6h de ontem. A maioria dos ocupantes do residencial foi acordada pela movimentação dos ônibus que traziam 360 homens da Polícia Militar, que integram o Corpo de Bombeiros, Companhia de Operações Especiais (COE), Canil, Choque, Ronda Tática Metropolitana (ROTAM), Rondac e da Cavalaria. Outros 10 policiais federais e da GMB compuseram a tropa mobilizada para a operação.
Os invasores não mostraram resistência. Foi dado prazo até as 18h de ontem para deixarem o local - a Caixa disponibilizou 6 caminhões para ajudar na mudança. No entanto, alguns deles deixaram claro que pretendem reocupar o local. “A polícia não vai ficar aí o tempo todo. Quando saírem, a gente volta”, disse um deles.
Atualmente, 320 casas já construídas estavam ocupadas. Além destes imóveis, existem outras 100 residências inacabadas, num total de 800 lotes que compõe o residencial Porto Laranjeiras. O residencial é um projeto do governo do Estado em parceria com a Caixa Econômica Federal e seis entidades representativas de movimentos sindicais. A obra previa a construção de 837 casas destinadas a servidores estaduais e que vinham pagando as mensalidades junto à Caixa. Foram os mutuários e a Caixa que entraram com ação de reintegração de posse dos imóveis.
Maria de Fátima estava morando há cerca de três meses em uma das casas concluídas, com outras quatro pessoas. Ela lamenta ter de deixar o local. “Tinha esperança de permanecer aqui. Não temos outra alternativa senão procurar outra casa”.
Ela conta que os ocupantes esperavam negociar a permanência. “Nós esperávamos que a Caixa viesse negociar com a gente, pois estava tudo parado (a construção), e ficaríamos pagando mensalidades”, argumentou.
Alguns ocupantes relataram ter pago certo valor para “coordenadores” da ocupação e um advogado que dizia estar atuando em favor deles. Ontem, nenhum deles apareceu no local. Os moradores que se sentiram lesados foram orientados a procurar a própria Polícia Federal para fazer denúncias.
RESIDENCIAL
O Residencial Porto Laranjeiras foi feito para servidores estaduais mutuários da Caixa. No início do mês, eles fizeram protesto pela desocupação da área. (Diário do Pará)
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