Mulher morre em Marabá com indício de erro médico

O Ministério Público Federal recebeu a cópia dos depoimentos colhidos pela Polícia Federal junto aos familiares de Jéssica Jorrana Nascimento de Oliveira, 20 anos, que morreu na madrugada da última quarta-feira (12), no Hospital Regional do Sudeste do Estado, após complicações no parto. Para a família da dona de casa, ela foi vítima de negligência médica por parte da equipe do Hospital de Guarnição de Marabá (HGumba), do Exército Brasileiro, onde recebeu o primeiro atendimento e foi submetida a uma cesárea.

Segundo a avó de Jéssica, Ivanilde Nascimento Gomes, o sofrimento da neta começou no dia 27 de dezembro. Com 38 semanas de gestação, e sentindo muitas dores, Jéssica – que é filha de militar da reserva – foi encaminhada para atendimento no HGumba. Lá, foi atendida pelo ginecologista/obstetra que a acompanhou durante todo o pré-natal. O especialista prestou atendimento e orientou a família que retornasse com Jéssica para casa e “voltasse dali a seis horas para realizar a cesariana”.

Depois de três horas do primeiro atendimento, Jéssica continuava sentindo muitas dores. Ela foi levada novamente para o HGumba e, segundo Ivanilde, o médico que fez o primeiro atendimento não estava mais no hospital. Como da primeira vez, Jéssica foi medicada e retornou para casa. Pela terceira vez, já no dia 28 de dezembro, Jéssica foi levada ao hospital. Desta última, ela passou por uma cesariana, mas o bebê sobreviveu apenas por algumas horas. Jéssica precisou passar por duas cirurgias para conter uma hemorragia e foi transferida para a Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Sudeste.

Na terça-feira (11), foi constatada a morte cerebral e, na madrugada de quarta-feira, Jéssica foi dada como morta. No boletim de óbito, consta que a causa da morte foi “infarto cerebral não especificado, subsequente ao parto. Deficiência de deslocamento de placenta, com deficiência de coagulação, e insuficiência renal aguda”. Jéssica era casada e deixou um filho de um ano. O corpo foi sepultado na tarde de quarta, no cemitério do núcleo Cidade Nova em Marabá. (Diário do Pará)