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Serpentário: mito no berço da Medicina

A repercussão sobre o surgimento do Serpentário, que seria o 13° signo do Zodíaco, segundo a interpretação do astrônomo americano Parke Kunkle, varreu o noticiário mundial nas últimas semanas. O efeito imediato foi provocar um nó na cabeça dos místicos qu

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A repercussão sobre o surgimento do Serpentário, que seria o 13° signo do Zodíaco, segundo a interpretação do astrônomo americano Parke Kunkle, varreu o noticiário mundial nas últimas semanas. O efeito imediato foi provocar um nó na cabeça dos místicos que acreditam – e se norteiam - pelos signos. Só que há uma peculiaridade mitológica em torno de toda essa história ainda não abordada no noticiário e que envolve diretamente a Medicina, uma das ciências mais antigas do mundo.

Ao olhar a capa de uma revista nacional de circulação semanal que trouxe a figura mitológica de Asclépio, o cirurgião geral Jorge Ohana decidiu contar ao DIÁRIO a interessante história dessa divindade que está na origem da profissão. “A constelação Serpentário é uma homenagem mitológica”, conta.

Por volta de 1.300 anos antes de Cristo, segundo a mitologia grega, havia divindades sobre a terra. “Zeus, deus supremo, tinha entre os seus filhos Apolo, que se casou com uma ninfa chamada Coronis. Dessa união nasceu Asclépio. O parto foi complicado e Coronis acabou falecendo”, relata.

Reza a mitologia que Asclépio foi dado por Apolo para ser criado por um centauro chamado Quirão, que ensinou ao filho de Apolo todas as artes da cura, já que era um exímio curador de pessoas. Não existia Medicina naquela época. “Asclépio assimilou isso de tal forma que começou a impedir as pessoas de morrerem e também começou a ressuscitar os mortos. Apesar de humano, adquiriu o dom da cura plena”.

Isso fez com que Hades, deus da morte e do submundo, se queixasse a Apolo, afirmando que Asclépio estava impedindo que o ciclo da vida (nascimento, crescimento, reprodução, envelhecimento e morte) se processasse normalmente. “Segundo Hades, seria o fim do céu e do próprio inferno. Acatando o apelo de Hades, durante a batalha mitológica de Troia e quando se preparava para ressuscitar um guerreiro bastante ferido, Asclépio é fulminado por um raio disparado por Zeus”, narra Ohana.

Zeus, com o coração cortado pela sua atitude, já que havia exterminado um ser que só fazia o bem à humanidade, prossegue a fábula mitológica, decide elevar Asclépio à condição de constelação, dando o nome de Serpentário em homenagem ao símbolo que o filho de Apolo sempre usou: o cabeceu e a serpente enrolada. “Dessa forma Asclépio passou da condição de homem para a de divindade”, diz.

A cobra enrolada no cabeceu, espécie de cajado, símbolo da Medicina, representa o mal dominado pela sabedoria. Uma estátua de Asclépio foi fincada nos jardins da Faculdade de Medicina da UFPA, na Generalíssimo Deodoro.

“Nós que lidamos com a formação humanística dos alunos temos que valorizar a nossa história. Com certeza 99% das pessoas que leram as matérias sobre o Serpentário não sabem a origem desse nome, que é a tradução astronômica e astrológica da figura de Asclépio. Temos duas grandes figuras na Medicina: um é o mitológico Asclépio e o outro é o pensador Hipócrates, que embasou a moderna Medicina e que foi o 17° descendente de Asclépio. Precisamos fazer que as gerações atuais perpetuem esse conhecimento”, coloca.

SAIBA MAIS

Considerado pelos humanos como deus da Medicina, mantendo ou restituindo aos mortais o calor da vida e a claridade do dia, Asclépio foi objeto de uma enorme veneração em todo o antigo mundo greco-romano. E o culto que lhe era prestado não só tinha um fim religioso, mas também terapêutico. Os santuários, dos quais o mais célebre foi Epidauro (uma versão da lenda aponta-o como o local onde Corónis terá dado à luz), eram instalados fora das cidades, em zonas escolhidas pela sua salubridade. Os sacerdotes transmitiam os segredos (da cura) de pai para filho. Um dos mais ilustres teria sido Hipócrates, que se dizia ser aparentado com o deus. Os doentes, que afluíam de todas as partes do mundo antigo e que pertenciam a todos os grupos sociais, eram alojados nas dependências do templo e, durante o seu sonho, reviam o deus, que lhes revelava o remédio para os seus males. (Diário do Pará)

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