A tradição e a beleza dos prédios históricos, onde hoje funcionam várias escolas da Rede Estadual de Ensino, receberão um cuidado especial este ano. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), vai investir pelo menos R$ 25 milhões na restauração de 15 dessas escolas paraenses. A primeira delas será a Escola Estadual Barão do Rio Branco, no Centro de Belém, que em março completa 100 anos de fundação. Escolas do interior, em todas as regiões, também serão restauradas.
Os projetos de restauração estão sendo submetidos ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e devem ser licitados até o mês de março. Segundo o secretário adjunto de logística da Seduc, José Croelhas, as 15 escolas foram divididas em três grupos de prioridade. O primeiro, que abrange escolas em Igarapé-Açu, Santa Izabel, Alenquer, Santarém e a Barão do Rio Branco, na capital, terá um investimento de R$ 10,6 milhões e a obra será licitada até março.
“Fizemos um levantamento que identificou essas 15 escolas que funcionam em prédios históricos e que precisam de restauração para manter a infraestrutura adequada para os alunos, bem como manter a tradição e o patrimônio que representam. Por isso, também dividimos esses prédios em três grupos de prioridades. O primeiro será licitado até março. A previsão é que as obras de restauração comecem este ano em todas essas escolas. Tudo depende da aprovação do Iphan para o início dos processo licitatório”, afirma Croelhas.
Os recursos que serão aplicados para a reforma das escolas são oriundos do Tesouro Estadual. José explica que no ano passado o Governo apenas conseguiu fazer obras de pouco mais de R$ 100 mil nas escolas, em função das limitações financeiras do Estado, mas que neste ano já estão previstos recursos para outras reforma, em especial a das escolas que funcionam nos prédios históricos.
Durante as restaurações, o secretário reforça que os alunos serão acomodados em outras escolas da rede, que fiquem próximas à unidade em reforma, ou assistirão as aulas em prédios alugados para o período da obra. “Essas reformas vão resgatar a história desses prédios e valorizar o nosso patrimônio e a nossa educação. Essa é uma resposta ao clamor dos alunos, e um reconhecimento dessas importantes instituições do Estado”.
Barão do Rio Branco
A centenária escola Barão do Rio Branco, no Centro da capital, será o primeiro prédio a ser restaurado. O arquiteto Edilson Santos, responsável pelo projeto de restauração, diz que a Barão nunca recebeu uma obra como a que está sendo planejada para os próximos meses. “O que houve antes aqui foram apenas pequenas intervenções. E nos últimos dois anos nem isso ocorreu. Será preciso um trabalho bastante minucioso para resgatar os detalhes e reparar todos os elementos deste prédio, que é do início do século XX”, explica Edilson.
De acordo com o arquiteto, além da restauração, a escola será adequada às necessidades atuais da educação. “Esse prédio já foi construído no início do século XX com a finalidade de abrigar uma escola, atendendo as necessidades da época. Hoje os alunos têm outras necessidades. Por isso vamos precisar adaptar a escola para portadores de deficiência física, preparar a instalação elétrica para o laboratório de informática, verificar de que forma podemos climatizar as salas, a área do recreio, o conforto acústico, por causa do grande fluxo de veículos na rua. Enfim, o prédio será restaurado, mas adaptado a essas necessidades, sem perder as suas características, é claro”.
A diretora da escola, Ana Célia Ribeiro, conta que há dois anos precisou transferir dois alunos cadeirantes para outra escola, pois a Barão do Rio Branco não possui a estrutura necessária para atendê-los. “Isso foi há dois anos. Agora, com esta reforma, teremos a nossa escola centenária adaptada à nossa realidade educacional, podendo atender a todos os alunos”.
A escola Barão do Rio Branco atende atualmente mais de 600 alunos, que têm a partir de 9 anos. Eles estudam nas séries do Ensino Fundamental e Médio, nos três turnos, em turmas de jovens e adultos, inclusive. Em março, a escola comemora o seu centenário de fundação e ganha como presente a restauração que deve ser iniciada ainda neste semestre.
Veja a lista de escolas, por grupo de prioridade, que serão restauradas pela Seduc:
Prioridade 01
Alenquer – EEEM Fulgêncio Simões - R$ 2.500.000,00
Belém - EEEM Barão do Rio Branco - R$ 1.600.000,00
Castanhal - EEEM Cônego Leitão - R$ 1.800.000,00
Santarém - EEEM Frei Ambrósio - R$ 1.200.000,00
Santa Izabel - EEEM Antônio Lemos - R$ 3.500.000,00
Prioridade 02
Belém - EEEM Paes de Carvalho - R$ 2.000.000,00
Belém - Instituto de Educação do Pará - IEP - R$ 200.000,00
Bragança - EEEM Monsenhor Mâncio - R$ 2.100.000,00
Cachoeira do Arari - EEEM José Rodrigues Viana - R$ 1.800.000,00
Santarém - EEEM Rodrigues dos Santos - R$ 800.000,00
Prioridade 03
Belém - Centro de Educação Especial (Antigo Cearense) - R$ 1.400.000,00
Belém - EEEM Benjamim Constant - R$ 800.000,00
Belém - EEEM Rui Barbosa - R$ 1.600.000,00
Belterra - EEEFM Waldemar Maués - R$ 1.900.000,00
Igarapé-Açu - EEEM Dr. Ângelo Cezarino - R$ 1.600.000,00
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