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Exumado corpo de garoto que acordou no velório

Horas antes da chegada dos peritos, os pais do menino Kelvys Simão já aguardavam pela resposta que buscam há pouco mais de vinte dias. Ao lado do cemitério onde está enterrado o filho do casal, era difícil não lembrar dos fatos que levaram peritos do Cent

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Horas antes da chegada dos peritos, os pais do menino Kelvys Simão já aguardavam pela resposta que buscam há pouco mais de vinte dias. Ao lado do cemitério onde está enterrado o filho do casal, era difícil não lembrar dos fatos que levaram peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) até a ilha de Cotijuba, em Belém, no último sábado para exumar e fazer a necropsia do corpo da criança de apenas dois anos. “Ele levantou do caixãozinho e ficou de 20 a 30 minutos acordado. Ele levantou, olhou pra direita, me achou e falou baixinho ‘pai, água’”, lembra com firmeza Antônio Carlos Freitas dos Santos, pai do menino.

Acompanhado de dois peritos e do delegado da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil (Dioe) responsável pela investigação do caso, Rogério Moraes, o médico legista do CPC Renato Chaves, Mário Benoni, deu início a perícia assim que chegou ao local. De mãos dadas e a passos lentos, Antônio e Telma, pais do menino, responderam no cemitério às perguntas do médico, antes da exumação, que se deu por volta de 12h.

A partir das respostas obtidas pelo médico e da análise mais aprofundada dos fragmentos que foram recolhidos do corpo, a equipe pretende identificar a causa e a hora aproximada da morte de Kelvys. “Foi feita a exumação e o exame de necropsia. Retiramos fragmentos do coração, do fígado e do pulmão que serão levados ao Instituto de Criminalística”, informou Mário Benoni. “Foram retirados fragmentos desses órgãos porque foi o que pôde ser retirado. O resto do corpo não estava em condições”.

Durante a coleta de fragmentos, peritos chegaram a solicitar amostra da água que teria sido dada ao menino durante o velório logo após o momento em que o mesmo teria acordado. “Pedimos uma amostra para comparar com uma possível água que poderia ser encontrada ainda no estômago da criança”, explicou o médico ao informar que o laudo deve ficar pronto no prazo de vinte dias. “A partir do laudo esperamos poder dizer a causa da morte e a hora aproximada. Estatisticamente se baseia mais nas informações e no estado do corpo. Não podemos dar a hora exata, mas poderemos dar um período”.

A informação da hora aproximada em que Kelvys teria morrido é o que, para os familiares, irá definir se houve algum erro no primeiro diagnóstico de morte que a criança recebeu. Segundo o pai do menino, Kelvys foi dado como morto no dia primeiro deste mês após ser levado para o hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, com suspeita de pneumonia e desidratação. Porém, um dia após o diagnóstico, já na ilha de Cotijuba, o menino teria levantado do caixão durante o velório.

O segundo e definitivo diagnóstico da morte de Kelvys foi dado somente após o encaminhamento da criança para outro hospital, onde ele já teria chegado morto. “Colocamos ele na moto e levamos do velório pro hospital. Creio que ele pegou muito chuvisco e morreu no caminho. Mas no hospital ele ainda estava com o corpo molhinho. Ele morreu no caminho”, acredita. “Minha mágoa é essa. Deram o laudo do meu filho morto e ele não tava morto. Eu quero saber a causa da morte e porque ele levantou. Enquanto eu não tiver essa resposta, não vou sossegar”.

Os pais de Kelvys aguardaram durante todo o procedimento do lado de fora do cemitério. Ao final da necropsia, que durou cerca de uma hora, a busca da família era por respostas. “Eu pensava que ia ser enterrada antes dele. Mas agora é só esperar por uma resposta”, dizia abalada Telma Simão, mãe de Kelvys. “Mais de 60 pessoas viram ele levantar do caixão, eu não estou mentindo”, completou Antônio Carlos.

Para Maria Batista, a amiga da família, as pessoas começaram a desconfiar que Kelvys não estaria morto antes mesmo de ele se levantar. “Eu toquei nele e o corpo dele não estava enrijecido. A gente colocava as mãozinhas dele cruzadas em cima do corpo e elas arriavam o tempo todo. O olho dele não estava dilatado, era como se ele tivesse dormindo”, lembra.
Ainda segundo Maria, ela foi uma das pessoas que ajudaram o menino a se sentar no caixão. “Coloquei dois dedos debaixo do braço dele e senti a pulsação bem fraquinha”, afirma. “Ai ele fez que ia levantar como se tivesse se empurrando dentro do caixão. Coloquei minha mão por trás dele junto com o pai dele e ele se sentou”.

De acordo com delegado Rogério Moraes, o próximo passo após a necropsia do corpo é o recolhimento de depoimentos de mais testemunhas, o que deve acontecer ainda nesta semana. “Essa é mais uma etapa vencida onde vimos aqui o trabalho árduo dos peritos e queremos que o laudo nos ajude a esclarecer o ocorrido”, disse. “Vamos ouvir mais algumas pessoas nessa semana e vamos aguardar o laudo. Acredito que em trinta dias possamos ter um resultado, já que só o laudo vai demorar vinte dias pra ficar pronto”.

(Diário do Pará)

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