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Usina da Vale vai extrair óleo em Moju

A Vale inaugurou terça-feira (26), no município de Moju, a primeira de duas usinas de extração de óleo de palma por ela projetadas para a produção de biodiesel. A usina tem capacidade de extração de 120 toneladas/hora de cachos de fruto fresco, o que repr

A Vale inaugurou terça-feira (26), no município de Moju, a primeira de duas usinas de extração de óleo de palma por ela projetadas para a produção de biodiesel. A usina tem capacidade de extração de 120 toneladas/hora de cachos de fruto fresco, o que representa cerca de 25 toneladas/hora de óleo. Ela é uma das maiores e a mais moderna do mundo, tendo nascido já com dois grandes diferenciais. É a primeira planta de extração de óleo concebida com nível inédito de automação em seus processos e, também, o maior complexo de geração de energia limpa já instalado numa usina desse tipo no Brasil.

O complexo gerador vai reaproveitar quase todos os resíduos formados ao longo da cadeia produtiva para a produção de energia renovável. Os resíduos restantes serão utilizados no processo de adubação do plantio de dendê. A capacidade de geração de energia limpa é de 11 MW/hora, dos quais pouco mais de um terço (3,5 MW) serão utilizados na usina de extração de óleo. O excedente deverá ser disponibilizado à concessionária de distribuição de energia do Estado para comercialização.

A Biopalma, responsável pelo empreendimento, é uma empresa constituída pela Vale, que detém 70% do seu controle acionário, em sociedade com o Grupo MSP, sucedâneo da antiga Denpasa. O presidente da Biopalma, Eduardo Ieda, informou que a segunda usina de extração de óleo de palma será construída no município do Acará e entrará em operação em 2015.Será uma megaindústria, a maior do mundo, com porte quase cinco vezes maior que a inaugurada ontem no Moju. Ela foi projetada com capacidade de extração de 560 toneladas/hora de cachos, ou cerca de 117 toneladas de óleo de palma por hora.

Integrando o mesmo complexo, localizado na Fazenda Vera Cruz, em Acará, a Biopalma vai inaugurar também em 2015 uma planta industrial de biodiesel. A partir de 2017, quando o projeto atingir sua plena maturidade, a indústria terá capacidade para produzir 600 mil toneladas/ano de biodiesel. Com isso, a Vale terá alcançado o seu principal objetivo, que é suprir a demanda de biodiesel para a utilização de B20 (20% de biodiesel e 80% de diesel comum) na sua frota de locomotivas, máquinas e equipamentos em operação no Brasil. Hoje, a Vale responde, sozinha, por 3% de todo o óleo diesel consumido no Brasil. Ao dar a informação, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, destacou que a legislação brasileira estabelece o uso da mistura de, no mínimo, 5% de biodiesel (B5). A estimativa é que a utilização do B20 reduzirá a emissão de gases do efeito estufa da empresa em cerca de 20 milhões de toneladas de gás carbônico em 25 anos. Estima-se que outros dois milhões de toneladas de carbono poderão ser sequestrados através da plantação de palma. “A Vale faz esse avanço por um esforço voluntário”, disse Murilo Ferreira, acrescentando que a empresa deverá assumir a liderança mundial na redução das emissões de gases do efeito estufa.

O presidente da Vale ressaltou outro aspecto relevante do empreendimento no tocante à sustentabilidade. Murilo Ferreira disse que, a Biopalma vai trabalhar com 80 mil hectares plantados com palma, 60 mil de área própria e 20 mil mantidos pela agricultura familiar. Outros 90 mil hectares serão destinados à reserva legal e à área de preservação permanente. “É oportuno ressaltar que a implantação das áreas de cultivo foi realizada em terras antes ocupadas por pastagens e áreas abandonadas. Portanto, é um projeto com cem por cento de recuperação de áreas degradadas”, enfatizou.

Riqueza do dendê poderá superar a do açucar
O presidente do Grupo MSP, Paulo Carlos de Brito, disse ontem, ao participar da cerimônia de inauguração da primeira usina de extração de óleo de dendê, no Moju, que somente nos municípios mais próximos de Belém, na região nordeste do Pará, existem cerca de cinco milhões de hectares propícios ao cultivo de palma. Somente nessas áreas, todas já alteradas, é possível produzir por ano mais de 25 milhões de litros de óleo. Isso teria sobre a economia brasileira, segundo ele, impacto superior ao da indústria do açúcar e provocaria sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país um crescimento imediato de 2%.
O vice-governador Helenilson Cunha Pontes fez questão de destacar a importância do envolvimento da agricultura familiar no cultivo do dendê. Para o vice-governador, não se pode pensar em crescimento econômico sem desenvolvimento social, sem a inclusão da população mais pobre como beneficiária também das riquezas que o Estado pode e deve produzir.

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, se disse “muito feliz” pela oportunidade de implantar esse empreendimento no Pará. Ele ressaltou que, do pondo de vista da desconcentração da riqueza, o projeto da Biopalma é um dos mais “vistosos” que a Vale mantém hoje no Pará. “A Vale não nasceu para ser latifundiária”, disse, ao defender a necessidade de integração ao empreendimento do maior número possível de agricultores familiares.

Murilo Ferreira informou com entusiasmo a elevação do nível de renda das famílias envolvidas no projeto. Antes, segundo ele, essas famílias tinham renda mensal entre 300 e 400 reais e hoje têm renda média variando entre R$ 1,8 mil e R$ 2 mil. A partir do sexto ano, já com o projeto amadurecido e operando em sua plenitude, a renda das famílias deverá alcançar a faixa de R$ 3 mil por mês.

AGRICULTORES
A Vale espera integrar ao projeto da Biopalma, até o ano que vem, nada menos que duas mil famílias de pequenos agricultores. Os agricultores, segundo ele, são financiados com linhas de crédito do Pronaf-Eco Dendê, um programa do governo federal que tem como agente financeiro o Banco da Amazônia. Esse programa financia a aquisição de mudas, a manutenção da lavoura e as necessidades de subsistência das famílias nos três primeiros anos do plantio, até o início da colheita.

O prefeito de Moju, Iran Lima (PMDB), defendeu a necessidade de mais investimentos pelo governo do Estado no município, especialmente em estradas, saúde e educação, para fazer face à crescente demanda por serviços públicos, acarretada pelos grandes empreendimentos que lá estão se implantando na área de dendê. Além da Biopalma, já atuam naquela região a Agropalma, a Mar Borges, a Petrobrás Biocombustíveis, em associação com investidores portugueses, e ainda um grupo chinês, este ainda em fase inicial.

Todos esses empreendimentos, de acordo com Iran Lima, estão mudando o perfil da economia do Moju, com reflexos no aquecimento do comércio e alterações sensíveis no mercado de trabalho. Além da ampliação da oferta de empregos, segundo o prefeito, há exigências crescentes quanto ao nível de qualificação profissional dos candidatos às vagas desse mercado.
Tamanha concentração de investimentos numa única atividade não preocupa o prefeito de Moju nem as empresas responsáveis por esses projetos, já que o dendê tem mercado garantido em todo o mundo e oferece uma impressionante variação de oportunidades de aplicação
industrial.

Só no Brasil, o óleo de palma tem perto de 250 aplicações em diferentes ramos da indústria – no exterior, em países com tecnologias mais avançadas, esse número é muito maior. Além do biocombustível, o óleo de palma é utilizado como insumo na fabricação de cosméticos, perfumarias, produtos farmacêuticos, lubrificantes e na indústria de alimentação, entre muitas outras.

(Diário do Pará)

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